quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jirau será exemplo em Teles Pires 


 

Fonte Valor Econômico
 

Os atos de vandalismo que há seis meses puseram na lona a construção da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), servirão de lição para estruturar o canteiro de obras da usina de Teles Pires. Em linhas gerais, tratam-se de medidas para ampliar a segurança do trabalhador e da infraestrutura local, afirma Victor Carvalho Marques, gerente de obras civis do Consórcio Construtor Teles Pires (CCTP), formado pelas empresas Odebrecht Energia, Voith e Alston.
Em Teles Pires, os alojamentos serão todos montados com placas metálicas com isolamento térmico e ar condicionado, para impedir ocorrências de incêndio. Os caixas bancários de autoatendimento foram riscados na lista. Se quiser dinheiro, o funcionário terá de ir até a cidade para sacar. Em Paranaíta, será instalada uma agência da Caixa Econômica Federal para apoiar os trabalhadores. "É uma questão de segurança. Não há mais condições de correr esse tipo de risco. De qualquer forma, as pessoas poderão consumir tudo localmente, e terão os gastos registrados no holerite", comenta Marques.
A localização do canteiro impõe condições tão ou mais complexas que as encontradas nas usinas do Madeira ou Belo Monte. Embora seja uma obra menor - a expectativa é ter 7 mil trabalhadores no pico, enquanto as usinas do Madeira chegam a 20 mil cada -, o canteiro está cravado no meio da mata, a 95 quilômetros de Paranaíta, por estrada de terra. Isso significa que, na prática, seus funcionários terão de viver no canteiro. "Sabemos desse desafio, por isso estamos tomando todas as ações possíveis para garantir o bem-estar do trabalhador", diz Marques.
Com licença de instalação concedida pelo Ibama há pouco mais de um mês, Teles Pires receberá investimentos de R$ 3,6 bilhões. A hidrelétrica, que terá potência instalada de 1.820 MW, vai garantir 978,6 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN). É energia suficiente para abastecer 8% do consumido das residências do país, ou a carga necessária para alimentar a cidade do Rio de Janeiro.
Nos 38 meses previstos para a conclusão, o consórcio construtor trabalha com a meta de ter 45% da mão-de-obra necessária contratada na região (Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga). Em parceria com o Senai, o consórcio tem realizado cursos de qualificação de um mês. Desde fevereiro foram treinadas mais de 1,7 mil pessoas e outros 4,2 mil candidatos estão inscritos. "Devemos contratar cerca de 600 pessoas desse grupo até o fim do ano", diz Fabio Gonçalves, gerente administrativo financeiro do consórcio construtor.
Leiloada em dezembro de 2010, Teles Pires registrou o menor preço de energia já adquirida em leilões de energia nova, com R$ 58,35 por MW/hora. Depois de Teles Pires e Colíder, o governo planeja leiloar as usinas de São Manoel (747 MW), Sinop (461 MW), Magessi (53 MW) e Foz do Apiacás (275 MW).

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