terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Executora de EVTEA da hidrovia Teles Pires-Tapajós (MT) sairá em janeiro 24/12/2012 às 13:02



Fonte Agrodebate


foto: Leandro J. Nascimento/Agrodebate
Hidrovia favorecerá o transporte de grãos e barateará também importações.


Responsável pela execução do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Hidrovia Teles Pires Tapajós deve ser conhecido em janeiro. O período é o estimado para que comissão técnica avalie e cumpra todos os ritos do processo, composto por fases de habilitação, análise técnica e preço. Os três participantes do certame já apresentaram suas propostas.

Dois consórcios e uma empresa individual concorrem e vencerá quem oferecer o menor preço e solução técnica. Do estado de São Paulo está o consórcio formado pela Internave, Petcon e Lene. Do Rio de Janeiro, o consórcio composto pela Peotta e Progen Enefer e a Hidrotopo. Única empresa individual, a Shaw é de Santa Catarina.

Edeon Vaz Ferreira, coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística, que representa o setor produtivo mato-grossense, acredita que mesmo com a definição em janeiro da vencedora do certame, o cronograma anteriormente previsto pelo governo - de em fevereiro emitir a ordem de serviço para realização do EVTEA - não sofrerá modificações. "É só questão de acompanharmos para agilizar", disse, em entrevista ao Agrodebate.

Só para este empreendimento estão previstos investimentos na ordem de R$ 15 milhões para formulação do estudo de viabilidade. A obra vai garantir o escoamento mais ágil dos produtros agrícolas da região norte do Estado, permitindo a ligação direta entre Sinop até Santarém, além de Porto dos Gaúchos até Santarém. A previsão do DNIT é que pelo menos em um ano sejam realizados os estudos de viabilidade técnica e econômica. 

De acordo com o Departamento de Estrutura Aquavária do DNIT, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a hidrovia vai beneficiar, além de Mato Grosso, os estados do Pará e também do Amazonas. O trecho hidroviário possui 1.043 km de extensão, desde o porto de Santarém, na foz do rio Tapajós, alfuente do rio Amazonas, até cachoeira Rasteira, no rio Teles Pires.

A pretensão do EVTEA é avaliar a viabilidade de ampliar o trecho navegável dessa hidrovia de Santarém (PA), no km zero, a Sinop (MT), no k m 1.576.

Essa hidrovia é considerada a única rota de exportação que pode viabilizar a produção de grãos de todo o norte de Mato Grosso, importante opção para o incremento do comércio exterior com influência direta sobre os horizontes socioeconômicos dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso, mercê de regiões de alto potencial produtivo, aponta o DNIT.
 
Expectativas 
Entre os principais benefícios a serem gerados por esta obra está a exportação de grande volume de carga, principalmente de grãos produzidos nas regiões Norte e Centro-Leste do Estado de Mato Grosso e do Sudoeste do Estado do Pará, por meio dos portos da calha do Amazonas de forma mais econômica do que os tradicionais portos da região sudeste.

Ainda, a geração de economia de 765 km a favor da opção de escoamento em direção a região Norte (distância entre Lucas e Santarém totaliza 1.430 km, enquanto de Lucas para Paranaguá (PR), 2.195 km).

Um conjunto de hidrovias
A hidrovia Teles Pires-Tapajós compõe a lista de três projetos hidroviários previstos para Mato Grosso. À relação estão ainda a hidrovia Tocantins-Araguaia e a do Paraguai-Paraná, esta última favorecendo a ligação entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e países como a Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai. Segundo a Diretoria de Transportes Aquaviários do DNIT, somente para Mato Grosso a elaboração dos estudos técnicos para apontar a viabilidade técnica dos projetos vão exigir R$ 30 milhões. 

Já para o Brasil, cujo total de empreendimentos hidroviários é de nove, estão previstos R$ 81 milhões no orçamento do Governo para o EVTEA. A estimativa é que em até 18 meses sejam concluídas as análises técnicas.

Consideradas estratégicas pelas entidades do setor produtivo, as hidrovias em Mato Grosso vão favorecer o escoamento da produção agrícola e também fomentar a geração de renda em diferentes setores. Por mês, as perdas geradas pelo uso incorreto de modais para longas distâncias nesta unidade federada são calculadas em R$ 1,9 bilhão. Além disso, prevê-se um aumento na rentabilidade do produtor na ordem de R$ 10 por saca.

Atualmente, para escoar a safra agrícola de Sorriso, no médio norte do estado, até o porto de Santos (SP) em um trajeto rodoviário e ferroviário, o produtor rural tem gasto R$ 227,15/tonelada. Pela hidrovia, direcionando sua produção para o porto de Santarém (PA), o custo reduziria para R$ 60,12, apontam cálculos do Movimento Pró-Logística.

No Brasil as hidrovias respondem por 12,37% das operações de cargas e somente em 2011 movimentaram 109,2 milhões de toneladas em produtos, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

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