sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

AGU reverte suspensão imposta a usinas do Rio Teles Pires

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 O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acolheu os argumentos da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu a decisão de primeira instância que paralisava o licenciamento das usinas hidrelétricas de Colíder, Sinop e Magessi, que serão construídas no rio Teles Pires, informou a AGU. Elas compõem, juntamente com as usinas São Manuel e Teles Pires, o Complexo Teles Pires, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O licenciamento ambiental do complexo foi repartido, ficando o processo relativo às usinas Teles Pires e São Manuel a cargo do Ibama, uma vez que ocupam mais de uma unidade federativa (Pará e Mato Grosso), enquanto os processos de Colíder, Sinop e Magessi foram atribuídos à Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Semat), com a alegação de que a dimensão do dano ambiental restringe-se ao território de Mato Grosso.
No entanto, em dezembro passado, a Justiça Federal de Sinop concedeu liminar suspendendo o licenciamento, em favor do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Estado do Mato Grosso, que defendiam que o licenciamento das usinas deveria ser feito pelo Ibama, por ser um rio que banha dois estados e porque os empreendimentos afetam "de maneira drástica" o rio, e que, portanto, seriam necessários estudos sinérgicos sobre os impactos sócio-ambientais do complexo.
Meio ambiente
Segundo o AGU, o TRF1 reconheceu que a paralisação das obras da Colíder, iniciadas pela Copel em março do ano passado, poderia acarretar prejuízos ainda maiores ao meio ambiente. Os advogados públicos sustentaram a necessidade de se obedecer ao cronograma das obras, destacando que o empreendimento é de interesse nacional e a falta de oferta de energia causaria "prejuízos incalculáveis não só à população, mas também ao desenvolvimento do país".
Os advogados disseram ainda que a manutenção da decisão configuraria ofensa à ordem administrativa e econômica, pois a paralisação das obras, em especial da usina Colíder, causaria relevante impacto social e ofenderia ao Plano Decenal de Expansão de Energia até 2020, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética e do Ministério de Minas e Energia.
Os advogados da União e procuradores federais destacaram também que a organização do licenciamento ambiental dos empreendimentos na Bacia do Teles Pires em dois níveis de competência não resultaria em prejuízo na abordagem dos impactos ambientais de todos os projetos, conforme parecer da diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama, uma vez que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Termo de Referência apresentaram análise de cada impacto ambiental.
A hidrelétrica Colíder, de 300 MW de potência, foi leiloada em 2010 e pertence à estatal paranaense Copel, que já iniciou as obras para a construção da usina e previa o início das operações para dezembro de 2014. Já a hidrelétrica de Sinop chegou a ser cadastrada para ser ofertada no último leilão A-5, realizado em 20 de dezembro, mas não pôde ser leiloada por falta de licenciamento ambiental. A expectativa do setor é que o projeto possa ser licitado no leilão A-5 marcado para 26 de abril.
Agência Estado

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