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O empresário Eike Batista teve dois filhos e plantou muitas árvores – de dinheiro. Aos 56 anos, faltava ainda escrever um livro. Não mais. Eike Batista, o X da questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil (Sextante, 161 páginas, R$ 29,90) chega às livrarias neste mês. Entre um trecho e outro, Eike lembra que chegou a levar um tiro pelas costas no garimpo em Alta Floresta, no Norte de Mato Grosso. Ele xingou um homem que lhe devia dinheiro e, ao se virar e sair caminhando, foi atingido. Por sorte, a lesão foi superficial. Eike diz a revista Época que ali aprendeu a ser gentil com as pessoas para não fazer inimigos. O símbolo máximo do capitalismo brasileiro inspira-se em Che Guevara para ilustrar a situação: “É possível endurecer sem perder a ternura”.
Foi no garimpo que Eike começou a construir sua fortuna. Ele conheceu garimpeiros que vendiam diamantes no Rio de Janeiro e passou a intermediar o negócio, encontrando compradores na Bélgica e em Portugal. Acabou abandonando a faculdade de engenharia pela metade e rumou para a corrida do ouro em Goiás, com US$ 500 mil emprestados de dois amigos relojoeiros. Enganado por um sócio, perdeu o dinheiro, e sua dívida chegou a US$ 800 mil.
A obra não entrará em detalhes sobre sua vida pessoal. Isso será tema de outra publicação, que, segundo ele, será escrita pelo jornalista Alan Riding, do jornal The New York Times. O livro tampouco contém grandes segredos empresariais. Diz que seu objetivo foi inspirar jovens e ajudar empreendedores. “Muita gente já vinha falando para eu escrever o livro. A gente acaba servindo como exemplo”, diz ele.
O X da questão, uma alusão ao “x” presente no nome de todas as suas empresas (“x de multiplicação”, como explica no livro), foi organizado pelo jornalista Roberto D’Ávila, com base em conversas com o empresário. Eike diz que foi ele mesmo quem escreveu o livro – e não o amigo.
Com 18 anos, morando na Europa e recebendo uma mesada “que dava para apenas metade do mês”, Eike começou a vender seguros de porta em porta. Nessa época, ele diz que aprendeu a ouvir as pessoas, a compreender sinais faciais e a vender, claro. Afirma que levou essa experiência para toda a vida. A lição: “Acredite em si mesmo”.
Foi no garimpo que Eike começou a construir sua fortuna. Ele conheceu garimpeiros que vendiam diamantes no Rio de Janeiro e passou a intermediar o negócio, encontrando compradores na Bélgica e em Portugal. Acabou abandonando a faculdade de engenharia pela metade e rumou para a corrida do ouro em Goiás, com US$ 500 mil emprestados de dois amigos relojoeiros. Enganado por um sócio, perdeu o dinheiro, e sua dívida chegou a US$ 800 mil.
Com sua lábia de vendedor, segundo disse a revista Época, Eike conseguiu convencer os joalheiros a injetar mais dinheiro no negócio. “Aquele foi meu pri-meiro road show”, diz ele. Road show é o ritual que antecede o lançamento de ações no mercado financeiro, no qual a empre-sa procura possíveis compradores e fala sobre suas qualidades. Os amigos toparam, e Eike acabou transformando o prejuízo inicial em US$ 6 milhões. Daí não parou mais.
Nos primeiros 20 anos como empresário, acumulou uma fortuna pessoal de US$ 1 bilhão. Hoje, segundo a revista americana Forbe
s, seu patrimônio é estimado em US$ 30 bilhões. É tanto dinheiro que muitas vezes nem as máquinas aguentam. Ele conta que, em 2008, preencheu um cheque de R$ 700 milhões para pagar Imposto de Renda (sobre a venda de parte de um de seus negócios) e se viu numa situação curiosa. “Não havia no Rio de Janeiro uma caixa registradora capaz de computar tantos zeros. Parece brincadeira, mas tive de ir a São Paulo para que o cheque fosse liberado.”
O livro é repleto de outras passagens saborosas e de conselhos que esbarram em clichês. De acordo com a revista, seu maior mérito é ter sido escrito por alguém que efetivamente fez o que prega. As prateleiras de autoajuda estão cheias de livros que prometem fazer do leitor um milionário – mas escritos por pessoas que não chegaram nem perto do milhão. “Isso é 100% de incentivo para comprar. As pessoas sabem que eu fiz. Sou o empresário mais multifacetado do planeta. Construí 20 negócios multibilionários em áreas diferentes, começando do zero”, afirma Eike. Ele admite ter tido uma grande dose de sorte.
fonte 24horasnews
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