sexta-feira, 17 de maio de 2013

Nações em terra brasileira


ALEXANDRE GARCIA


A importação de médicos cubanos substituiu no palco das notícias o escândalo da importação de paraguaios para ocupar reservas indígenas fajutas. Mas a questão continua à espera de uma solução. No município de Alto Boa Vista, Mato Grosso, uma família de agricultores passa dificuldades, porque a FUNAI não deixou que colhesse 600 hectares de soja que haviam plantado, nem que retirasse o equipamento agrário da área, que virou reserva sem índio. Uma repetição do fiasco da reserva Raposa Serra do Sol, em que agricultores expulsos estão plantando arroz na Guiana e índios supostamente beneficiados estão na periferia de Boa Vista - em lixões ou na prostituição -, já que o sustento deles vinha das relações com os rizicultores. Quem criou a reserva não está interessado em índio; apenas os usou como pretexto.
Um ex-comandante de unidades militares no Amazonas me conta que índio não quer continuar na idade da pedra, onde a FUNAI e seus antropólogos, o Conselho Indigenista Missionário e ONGS sediadas na Europa querem que ele fique. 

Índio quer camioneta, parabólica, confortos de eletrodomésticos e escola para abrir caminho rumo à igualdade com os outros brasileiros. Hoje poucas tribos permanecem isoladas, como os Waimiri-atroaris, porque sob a influência de antropólogo que adora uma redoma sobre o índio. Aldeias são chamadas de nações, numa tentativa de segregá-las do Brasil, certamente por vontade de ONGS interesseiras. Afinal, temos madeira, matérias-primas medicinais e muito minério precioso, em áreas dessas "nações".

Há duas semanas, a presidente Dilma sofreu uma vaia por parte de agricultores e pecuaristas em Campo Grande. Ela teve a humildade de procurar a razão da vaia e descobriu que os produtores de alimento tinham razão. A conseqüência foi que sua Ministra do Gabinete Civil, Gleisi Hoffmann, pediu ao Ministro da Justiça que a FUNAI interrompa a criação de reservas no Paraná. Isso se estende ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em lugares onde a EMBRAPA - a melhor empresa do governo - identificou como áreas produtoras de alimento. De agora em diante, a EMBRAPA vai ser ouvida. E, como sabemos, a EMBRAPA tem credibilidade e méritos para isso. Ela contribuiu para aumentar a oferta de alimentos no Brasil e para o sucesso das exportações de produtos da terra.

A Ministra que fala em nome da Presidente foi dura: "a FUNAI não está preparada, não tem critérios claros para fazer gestão de conflito, não tem capacidade de fazer mediação" entre interesses de índios e de agricultores e pecuaristas. E a Presidente não agüenta mais o uso de índios para prejudicar as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Ela sabe quem manipula os índios. Hoje 13% do território nacional é ocupado por aquilo que a Funai e ONGs chamam de nações. Ora, se a integridade nacional está sendo cedida a outras nações que não a brasileira, essa é uma questão para o Congresso Nacional, não para a FUNAI, CIMI, ONGs ou antropólogos. Na Constituição, o primeiro fundamento do Brasil é a soberania. Estariam abrindo ilhas na nossa soberania?
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília 

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