sexta-feira, 17 de junho de 2011

Três vereadores de Sorriso são presos

vereador e ex -presidente da Câmara Municipal

Fonte: Olhar Direto
Três vereadores e a dona de TV  em Sorriso (418 km de Cuiabá) foram presos no começo da manhã desta sexta-feira (17) durante a Operação Decoro, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que cumpriu quatro mandados de prisões preventivas e três mandados de busca e apreensão.

Na operação foram presos o jornalista, vereador e ex -presidente da Câmara Municipal, Francisco das Chagas Abrantes, a esposa dele, que é proprietária de da TV na cidade, Filomena Maria Alves do Nascimento Abrantes, e mais dois parlamentares: Gerson Luiz Frâncio e Roseane Marques de Amorim. Eles são acusados de formação de quadrilha e concussão contra o Executivo Municipal.

Segundo as investigações, o grupo é acusado de cobrar propina, nos valores que variam de R$ 50 mil a R$ 500 mil, do prefeito Clomir Bedin, do secretário de Indústria e Comércio, Santinho Augusto Salermo e do procurador do Município Zilton Mariano de Almeida.

Os parlamentares ameaçavam reprovar as contas da prefeitura referente ao exercício de 2009 e ainda instaura uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostas irregularidades na destinação de verbas da administração municipal para a imprensa.

Para pressionar o prefeito, os vereadores não aprovavam projetos de leis provenientes do Executivo e se usavam da emissora de TV, de propriedade de Filomena para denegrir a imagem do atual prefeito. Esta era mais uma estratégia usada pelo grupo para extorquir os administradores do Município.



Um vídeo chegou a ser divulgado no youtube sobre uma conversa entre os vereadores Chagas e Gerson, conhecido como Jaburu, com o secretário de Indústria, no qual aparecem os parlamentares pedindo propina de R$ 100 mil, e depois R$ 400 mil para apoiar o prefeito. A gravação é anônima e foi postada no site em abril deste ano.



A CPI já foi aberta contra o prefeito nesta semana e Bedin chegou a ser afastado do cargo pelos parlamentares. A crise política em Sorriso já dura cerca de dois meses de acordo com o Ministério Público, a quadrilha era liderada pelo então presidente da Câmara dos Vereadores, Francisco das Chagas Abrantes, que direcionava as ações e os votos dos demais integrantes do grupo criminoso.



Já o vereador Gerson Frâncio, era responsável pela intermediação nas negociações entre os poderes. O caso foi revelado durante gravações onde Gerson aparece pedindo R$ 100 mil de propina em beneficio próprio. Já a vereadora Roseane exigiu um emprego para o namorado, conserto de seu veículo, e pagamento de R$3 mil mensais por tempo indeterminado, a título de “mensalinho”.



Os denunciados Chagas Abrantes e Filomena foram flagrados exigindo o repasse de verba mensal entre R$ 8mil e R$10mil que seriam direcionados à emissora de televisão de propriedade do casal como espécie de venda da mídia da Prefeitura. O acordo consistia em que os programas de televisão parassem de fazer críticas que desabonassem a imagem política do prefeito.



Em outra, conversa com os representantes do executivo, Chagas e Gerson determinaram que o Grupo Gaspar fosse beneficiado em um processo licitatório para realização dos trabalhos de urbanização nas margens da BR 163, no Distrito de Primavera, pertencente ao município de Sorriso, cuja obra estava avaliada no valor de R$ 324mil.



A transação envolveria o saldo economizado do duodécimo da Câmara Municipal que deveria ser devolvido para a Prefeitura, bem como a quitação de dívidas fiscais devidas pelo dono da construtora ao Município de Sorriso. Vale ressaltar que a empresa estava impedida de participar de licitações por ter débitos no valor de R$ 126mil de IPTU com o Município.



O fato trouxe comoção na sociedade local tanto é que foi encaminhado ao MP um abaixo assinado com cerca de 800 assinaturas de moradores da cidade pedindo providências em relação a atuação dos vereadores envolvidos no esquema fraudulento.



No momento os presos estão sendo encaminhados para a sede da Polinter em Cuiabá onde permanecerão à disposição do juízo da vara do Crime Organizado.











Por: Alline Marques

Fonte: Olhar Direto

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