Segundo a Dow Chemical, fazer plástico da cana-de-açúcar pode ser tão barato quanto fazê-lo do petróleo. A empresa planeja construir uma fábrica no Brasil, que segundo ela será a maior instalação para a fabricação de polímeros a partir de plantas.
O projeto começará com a construção de uma usina para 240 milhões de litros de etanol, em parceria com a Mitsui, que começa a começar ao final do ano.No começo do próximo ano, a Dow terminará os planos de engenharia para as instalações que converterão o etanol em milhares de toneladas de polietileno, o plástico mais usado do mundo.
A produção de químicos biológicos cresceu rapidamente em anos recentes, porém ainda representa apenas 7,7 por cento do mercado geral de químicos. A produção foi limitada em muitos casos para químicos específicos ou produtos de nicho.
Porém, a Dow diz agora que químicos feitos de matérias-primas vegetais podem estar prontos para competir frente a frente com petroquímicos feitos em grande escala.
A maioria dos químicos de grande volume é feita a partir do petróleo.
Cerca de 80 milhões de toneladas de polietileno são fabricadas anualmente no mundo. No entanto, os altos preços do petróleo aumentaram os custos dos petroquímicos.E no Brasil, um duradouro apoio governamental para a produção do etanol da cana-de-açúcar permitiu que a indústria reduzisse custos, tornando o etanol competitivo para os combustíveis fósseis.
Fazer o polietileno a partir da cana “não seria necessariamente atrativo em outras regiões”, diz Luis Cirihal, diretor de alternativas renováveis e desenvolvimento de negócios da Dow na América Latina.
A tecnologia para converter etanol em etileno, o precursor do polietileno, não é nova. “O processo de desidratação para converter etanol em etileno é conhecido desde a década de 1920. A única coisa que é realmente nova é a escala”, diz Cirihal.
A nova usina terá a capacidade de produção de polietileno comparável à produção em uma planta petroquímica. Apesar dos níveis exatos de produção ainda não terem sido estabelecidos, ele serão na ordem do que “se ouviu antes”, diz ele, referindo-se ao projeto proposto pela Dow que faria 350 mil toneladas de polietileno de cana-de-açúcar.
(Essa proposta dependia de uma parceria, que se encerrou como resultado da recessão). Será maior que a fábrica de 200 mil toneladas operada pela Braskem, sediada no Brasil.
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