sábado, 1 de junho de 2013

Homem e natureza

Este texto precisa  e merece ser lido. Ate que enfim, um jornalista  famoso, tem coragem de abordar este assunto.


Acabo de encontrar no noticiário escrito o seguinte título "OBRAS DO CANAL DO SERTÃO DESTRUÍRAM MILHARES DE HECTARES DE MATA NATIVA". O título é imenso e quase dispensa a notícia. O texto conta que para abrir canais que vão beneficiar 1 milhão de pessoas na área da seca, derrubou-se a caatinga esparsa nas escavações das calhas condutoras de água. Como sei que o editor é quem faz o título, não o repórter, fiquei imaginando que o titulador seja um desses sacerdotes da religião fundamentalista da ecologia. No título imenso, ele esqueceu do benefício para 1 milhão de nordestinos, para criticar a derrubada de estreitas faixas de caatinga. Essa religião tem dogmas, o principal dos quais é que o homem é prejudicial à natureza. Para esses fanáticos, o ideal do planeta seria a ausência do gênero humano, esse predador. A Terra seria melhor sem gente.

Muitos milhões mais de brasileiros serão beneficiados com a energia a ser gerada pela hidrelétrica de Belo Monte. Por pressão de ambientalistas, e para poupar a floresta Amazônica em 300 km² reduzimos a capacidade do reservatório em 80%. Os ambientalistas afirmam que a floresta que seria inundada tira do ar 30 mil toneladas de dióxido de carbono por ano. Mentira; as florestas devolvem ao ar a mesma quantidade de carbono que tiram. Com a redução da capacidade de Belo Monte, nas cíclicas faltas de chuva, teremos que ligar quatro termoelétricas a custos dobrados e jogando mais 240 mil toneladas de CO² no ar, oito vezes mais do que alegam que a floresta pouparia. Mas os fundamentalistas já condenaram Belo Monte à fogueira da inquisição e torturam as obras a cada invasão de índios mobilizados por controle remoto. Agora mesmo, 100 índios vindos sabe-se lá de onde, ocupam o escritório central das obras.

No Rio de Janeiro, estourou um esgoto no bairro do Flamengo; as pessoas precisam dar saltos para não pisar no despejo fétido. Há três meses o esgoto escorre em asfalto da Vila Isabel, respingando carros e pessoas. Entre Leblon e Ipanema, o esgoto invadiu a calçada por onde passam as pessoas. Mas sabem o que ganhou importância de tragédia nisso tudo? Que o esgoto da calçada está escorrendo para dentro da lagoa Rodrigo de Freitas. As pessoas que se danem.
A seita do ecologismo não aceita a fórmula conciliadora humano e natureza, nessa ordem. O dogma prefere natureza ou homem, nessa ordem de exclusão. Como se humanos e as árvores, as pedras, a água, não fossem parte da mesma Natureza, e não pudessem conviver de modo a que todos sejam protegidos e beneficiados. O dogma odeia os agrotóxicos que promoveram a revolução verdade que deu o Prêmio Nobel a Norman Borlaug. A revolução verde derrubou o dogma do reverendo Thomas Malthus, de que o homem morreria de fome, em guerra por comida, porque a Terra não conseguiria produzir alimento para todos. O seguidores da seita continuam esperando a catástrofe.

Alexandre Garcia é jornalista em Brasília 

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