Antropólogo
que já atuou na Funai revela à Comissão da Câmara o “modus operandi” da Funai
O
antropólogo Edward Luz entregou à Comissão de Integração Nacional,
Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA) documentos que comprovariam
fraudes em pelo menos 17 processos conduzidos pela Funai. As denúncias
indicam que dezenas de laudos antropológicos utilizados para desapropriar
milhares de produtores rurais contêm graves irregularidades. Para
justificarem a presença de comunidades indígenas tradicionais em determinada
área, os antropólogos contratados pela Funai teriam se valido de expedientes pouco
convencionais, como a importação de índios de outros países e o atendimento
de interesses de ONGs na liberação de vultuosos recursos públicos.
Luz, com a
experiência de quem já trabalhou para o governo na elaboração de laudos para
a demarcação de terras indígenas, explica que chegou a hora de mostrar aos
brasileiros “uma face pouco conhecida da Funai”. Ele relata que a raiz
central de todos os problemas está na falta de transparência no sistema de
demarcações, que vem permitindo uma série de manipulações. “A Funai detém o
monopólio completo do processo, porque é ela quem promove, recebe as
contestações e julga a validade delas”, diz Luz. Segundo ele, o esquema de
corrupção começou a ser montado há 25 anos, com a infiltração e o
aparelhamento de grupos radicais de esquerda e ‘ongueiros’, que viram no
órgão um campo fértil para a implantação de um projeto ambientalista e
preservacionista. “Só que a demarcação que está sendo proposta estabelece uma
reforma agrária às avessas, com a retirada da terra de muita gente para dar
para poucos”, argumenta.
O
que era apenas ideologia acabou virando um grande negócio para ONGs,
associações indígenas e organizações de suporte aos territórios criados,
explica Edward. Segundo ele, entidades nacionais recebem recursos de ONGs
estrangeiras para promoverem as demarcações de solo nacional. “Essa é uma
acusação grave, porque estão tirando terra de cidadãos brasileiros sem
indenização. O produtor não pode produzir, o índio não pode comercializar,
não se pode extrair minério nem utilizar aqueles recursos hídricos. Se o
impacto social é forte, o impacto estrutural é maior ainda”, revela o
antropólogo. Luz ressalta que a versão esquerdista e preservacionista da
Funai está fortemente influenciada por uma ideologia internacional e tem prevalecido
sobre as demarcações conduzidas de maneira técnica e democrática. “Até agora
não sabemos calcular quanto o país está sendo prejudicado com essas amarras
ao desenvolvimento, que afeta a construção de ferrovias, rodovias,
hidrelétricas e a extração de minérios”, lamenta.
As
fraudes
O
antropólogo explica que existem mil e uma maneiras de se fraudar um laudo
antropológico. Uma delas é dar uma interpretação errônea ou omitir fatos
importantes para que o governo brasileiro delibere sobre determinada terra.
“E eu identifiquei 17 casos dessa natureza. Eu tive a curiosidade de ler e
constatei, para minha surpresa, que essas fraudes são decorrentes de um
compromisso ideológico, político e pessoal com a causa indígena”, conclui o
pesquisador.
Lembra
que "o índio está para o antropólogo assim como o consumidor está para o
comerciante e o índio é que nem freguês, tem sempre razão" afirma,
citando o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. "E na cabeça de um
antropólogo quanto mais terra para os índios melhor. Os antropólogos praticam
isso com uma força tremenda, não parece fraude, não tem o nome de fraude. Mas
é, nitidamente, uma estratégia esperta e bem elaborada”, revela Luz. O
antropólogo cita o caso da reserva indígena Apytereua, no Pará, onde uma
simples uma interpretação antropológica fez a área saltar de 276 mil hectares
para quase um milhão de hectares.
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Fonte:
texto originalmente publicado no Boletim Informativo da Federação da
Agricultura do Estado do Paraná - FAEP, nº 1217
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sexta-feira, 14 de junho de 2013
ÍNDIOS: AS DENÚNCIAS DE FRAUDES NAS DEMARCAÇÕES
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