quinta-feira, 15 de abril de 2010

Valorização de 4,88%

fonte :diario de cuiaba
Os preços médios das terras, em Mato Grosso, continuaram firmes no primeiro bimestre de 2010 ao apresentar crescimento de 4,88. Porém, os negócios estão praticamente parados. De acordo com levantamento divulgado ontem pela AgraFNP, os preços médios por hectare avançaram de R$ 2,435 mil, no primeiro bimestre de 2009, para R$ 2,554 mil, nos primeiros dois meses deste ano.

A análise do comportamento de preços do último relatório indica que as terras mais caras do Estado localizam-se na região de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), onde o hectare de terra agrícola, principalmente para lavouras de soja/algodão no município de Pedra Preta, vale cerca de R$ 10,80 mil.

As mais baratas encontram-se na região de Aripuanã (1.002 Km a noroeste de Cuiabá), onde um hectare de mata de difícil acesso vale cerca de R$ 170.

As áreas que mais se valorizaram nos últimos 12 meses foram as terras agrícolas em Novo São Joaquim e General Carneiro, na região de Barra do Garças (509 Km ao leste de Cuiabá), com valorização de 33,33% e as que mais se desvalorizaram foram as de pastagem formada, na região de Pontes e Lacerda (448 Km ao oeste de Cuiabá), com 6,25% de desvalorização. (Veja quadro ao lado)

A gerente de Agroenergia e analista da AgraFNP Consultoria, Jacqueline Bierhals, observa um movimento de viés de baixa nos negócios em Mato Grosso. Segundo ela, este não é o melhor momento para negociação e venda de terras, em função do período de colheita da safra de verão no Estado. “Outro aspecto importante é que os preços da soja estão em declínio devido à iminência de uma grande safra mundial. Além disso, notamos também uma menor atuação dos grupos e investidores de outros países, em Mato Grosso, neste início de ano”, analisa.

Ela diz que a perspectiva para o primeiro semestre do ano é de que os negócios continuem parados, pois os preços da soja continuarão pressionados pelos estoques mundiais.

Para o longo prazo, persistem fatores estruturais favoráveis à elevação dos preços das terras brasileiras. “A economia mundial voltará a crescer, retomando-se o consumo das principais commodities agropecuárias. As restrições ao aumento da produção de alimentos e matérias-primas agropecuárias (com a notável exceção do Brasil) continuam presentes. Além disso, países como China e Índia devem continuar a expandir fortemente o seu consumo e terra continua sendo um bem não-multiplicável”, explica a analista.

BRASIL – O levantamento da AgraFNP mostra que a média nacional no bimestre janeiro-fevereiro/10 foi de R$ 4.599 por hectare, praticamente estável em relação ao bimestre anterior (leve aumento de 0,12%), mas alta de 3,9% em relação ao valor médio praticado há 12 meses.

Para Jacqueline Bierhals, a valorização reflete a maior liquidez nas negociações, com a retomada da economia pós-crise financeira internacional. Lembra, porém, que o desempenho da safra 09/10 de grãos no Brasil não será tão satisfatório, o que inibe investimentos em aquisições de terras por parte dos produtores de grãos.

Entre as regiões, a Sul continuou apresentando a maior cotação neste início de 2010, com valor médio de R$ 9.486/hectare. A região Sudeste teve ligeiro aumento, passando para R$ 7.868/hectare. Centro-Oeste teve preço médio de R$ 3.487/hectare, Nordeste registrou R$ 2.028/hectare e, o Norte, R$ 1.423/hectare.

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