sexta-feira, 8 de abril de 2011

Belo Monte: Cuidado! Daqui a pouco o Greenpeace, o Al “Bore”, o Bono Vox e a Marina Silva vão tomar conta do seu jardim!

Reinaldo Azevedo

Belo Monte: Cuidado! Daqui a pouco o Greenpeace, o Al “Bore”, o Bono Vox e a Marina Silva vão tomar conta do seu jardim!

Pau que dá em Chico também bate em Francisco, não é mesmo? Quando a Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão da OEA, condenou o Brasil “impondo-lhe”, imaginem!, a revisão da Lei da Anistia, um monte de petista esquerdopata do governo ficou feliz. Houve doido que chegou a dizer que o país estava “obrigado” a cumprir a determinação. Uau! A tal corte teria mais poder por aqui do que o STF! Agora, outro organismo da mesma OEA, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos — com poderes de acionar a corte, onde há julgamento de casos propriamente — resolveu enroscar com a usina de Belo Monte. E não é pouca coisa, não! A fazer tudo o que pede a tal comissão, será mais fácil, rápido e barato investir, sei lá, em energia espiritual!!!

O que quer a comissão?

- suspensão imediata do processo de licenciamento da usina;

- proibição da execução de qualquer obra na área (hoje, está proibido, diga-se);

- ampla consulta às “comunidades” envolvidas sobre o impacto ambiental;

- medidas para proteger a vida de povos indígenas que vivam isolados em áreas que podem ser afetadas pela usina;

- tradução para as várias línguas indígenas dos estudos de impacto ambiental para recomendar a tal “ampla consulta”.

E vai por aí. O Brasil considera ter cumprido boa parte desse roteiro já e considera que as exigência da comissão são descabidas. O problema é que, se as solicitações não forem atendidas, é quase certo que a comissão denuncie o país à Corte, onde ele seria, então, “julgado” por crimes contra os direitos humanos.

Eu já critiquei aqui uma penca de trapalhadas de Belo Monte, especialmente seu cipoal jurídico, que acabou, na prática, retirando os investimentos privados do empreendimento. É tudo grana estatal. O consórcio será um prestador de serviços bilionários, sim, mas prestador de serviço. O governo Lula, sob a supervisão de Dilma — que ainda não era a soberana silenciosa Dilminha — armou um troço hostil à iniciativa privada. Mas o assunto agora é outro.

O mundo sabe, está em alguma corte?, quantas plantas de usinas hidrelétricas, nucleares, termelétricas ou movidas a cocô do cavalo do bandido a China, a Rússia, a Índia ou qualquer país europeu está tocando nesse exato instante? Não se trata aqui de aderir ao lulismo botocudo que diria “se eles faiz, nóis também faiz; eu é que não se ajoelho nem pro Papa”. Não é isso, não! Mas resta evidente que as acusações contra Belo Monte chegaram à Comissão por intermédio de ONGs que pretendem que o Brasil deva ser uma espécie de santuário do mundo, na certeza de que, sendo as nossas florestas um patrimônio da biodiversidade mundial, então todo mundo pode meter o bedelho, dizendo o que pode e o qe não pode ser feito. Aí não dá!
O mesmo se verifica, diga-se, em relação ao novo Código Florestal. Se aprovado, é certo que alguém vai se lembrar de denunciar o Brasil como o país que incentiva o desmatamento, embora se tenha aqui, de muito longe, com muitas léguas de distância, a MELHOR RELAÇÃO NO MUNDO entre tamanho da economia e preservação da natureza; entre produção agrícola e manutenção da cobertura vegetal original.

Acho que cuidados têm de ser tomados, sim! Mas isso que pede a comissão corresponde a fazer a usina voltar à estaca zero, como se nenhum estudo tivesse sido feito até agora , o que é falso. Uma coisa é a comissão se interessar pelo caso, solicitar informações etc, outra, muito diferente, é querer atuar como se fosse o braço de uma ordem global que já tivesse estabelecido, sei lá, um governo mundial.

Tomadas as devidas precauções e, para o meu gosto, com outros marcos regulatórios, o fato é que o Brasil precisa de Belo Monte — e não só dela. Sim, é necessário respeitar os índios que lá vivem, tentar convencê-los, compensá-los por eventuais perdas, sei lá o quê. Se, no entanto, eles se negarem a sair de uma área que será essencial para a construção da usina, o que vocês querem que eu diga? Terão de ser tirados de lá. Se vocês quiserem, lamento, choro, fico triste, porque sou um homem bom, como Marina Silva, mas terão de ser tirados. No limite, sou obrigado a lembrar que, tivessem eles vencido a batalha há uns 500 anos, a história seria diferente. Mas não venceram.

O Itamaraty diz ter recebido “com perplexidade” as recomendações. “O governo brasileiro está ciente dos desafios socioambientais que projetos como o da Usina Hidrelétrica de Belo Monte podem acarretar. Por essa razão, estão sendo observadas, com rigor absoluto, as normas cabíveis para que a construção leve em conta todos os aspectos sociais e ambientais envolvidos”, diz uma nota.

Pois é… Esse mundo “governado” por entidades não-governamentais que querem tomar o lugar dos governos — só dos eleitos, ne?, porque, nas ditaduras, elas não se criam — não é nada simples. Daqui a pouco, você não consegue nem mesmo cortar a grama do seu jardim sem pedir autorização ao Greenpeace, à WWF, à Fundação Ford, ao Al Bore, à Marina Silva e, claro!, ao Bono Vox!

Por Reinaldo Azevedo

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