terça-feira, 23 de novembro de 2010

Flagrantes dão sequência à operação iniciada em junho em outra terra indígena do Nortão, porém, sem presos


Fonte Diario de cuiaba
A Polícia Federal prendeu em flagrante seis pessoas neste último fim de semana extraindo madeira ilegalmente da reserva indígena Irantxe/Manochi, em Brasnorte (a 579 Km de Cuiabá). As prisões foram parte da Operação Fazenda Brasil, mais um desdobramento da Arco de Fogo. A PF, que agiu em conjunto com diversos outros órgãos, divulgou oficialmente seis prisões, mas haveria ainda um sétimo flagrante.
A Terra Indígena Irantxe/Manochi já havia sido alvo de operação contra a extração ilegal de madeira em junho. Segundo o chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Luciano Guerra Cotta, as equipes da operação Arco de Fogo estiveram no local e realizaram apreensões na região sul da área, mas não houve flagrante.

Como havia indícios de que a prática ilegal não cessara, especialmente na parte norte da terra indígena, os agentes da PF com os da Força Nacional, fiscais do Ibama e da Fundação Nacional do Índio (Funai) retornaram ao local com a ajuda do líder da etnia irantxe, desta vez com flagrantes.

Além das seis prisões oficialmente divulgadas por crimes ambientais, formação de quadrilha e furto de bens da União, foram apreendidos equipamentos como quatro tratores, seis motosserras, machados, espingarda, um caminhão e seis motocicletas.

A PF ainda deixou claro que as investigações sobre exploração de madeira ilegal em áreas da União na Amazônia vão continuar. O objetivo é responsabilizar os responsáveis pela contratação de mão-de-obra utilizada no desmatamento. Por isso, também serão mantidas operações pontuais no Estado, principalmente em sua região noroeste.
Uma das mais recentes operações do tipo da Fazenda Brasil, e igualmente denominada, foi em outubro, quando também foram presas seis pessoas – entre grileiros, fazendeiros e madeireiros do Nortão - acusadas de extrair madeira ilegal na Terra Indígena Aripuanã (a cerca de 1 mil km de Cuiabá). Neste caso, o delegado da PF, Paulo Melo, chegou a afirmar que os índios cinta-larga – uma das etnias predominantes na região - facilitavam o acesso dos madeireiros à área (cinco terras indígenas e um parque), que é protegida pela União. Por outro lado, ele não sabia dizer o que os índios receberiam em troca.
COMBATE - É para combater este tipo de prática que os governos estadual e federal iniciaram ontem, em Várzea Grande, uma oficina de integração dos esforços entre as duas esferas. A intenção é concatenar e desenvolver em conjunto ações do Plano de Ação para o Controle e Combate ao Desmatamento na Amazônia (PCCDAM, federal) e do Plano de Ação do Desmatamento e Queimadas de Mato Grosso (PPCDQ, estadual) em prol do combate e controle de queimadas e desmatamento.

O trabalho em parceria com o Estado e 13 órgãos federais está sendo conduzido pela Presidência da República. O representante da Casa Civil, sub-chefe adjunto de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais, Johaness Eck, argumentou que a tentativa de aproximar os órgãos e fazê-los atuar em conjunto parte do princípio de que a preservação da Amazônia não se trata apenas de uma questão ambiental.
Ou seja, trata-se também de uma questão econômica. Nesse sentido, a superintendente de Monitoramento de Indicadores Ambientais do Meio Ambiente estadual (Sema), Elaine Corsini, destaca a necessidade de o Estado e o governo federal fortalecerem as atividades de exploração sustentável da floresta e das áreas já modificadas de forma a evitar novas frentes de desmatamento. Ações deste tipo, segundo a ambientalista, deverão estar presentes num cronograma a ser produzido durante a oficina. “A redução [do desmatamento] tem sido efetiva, mas é preciso pensar em alternativas para que ela se mantenha”, defendeu.

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