terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aripuanã---Estudos começam na Amazônia

Fonte diario de cuiaba
As pesquisas científicas foram importantes para a UFMT desde sua criação, ao ponto de tornar os relatos de fundação diferente das demais faculdades brasileiras.
O professor Gabriel Novis Neves, fundador da instituição e que por pouco mais de 11 anos a dirigiu, conta que no princípio a Universidade Federal de Mato Grosso abdicou do pomposo e nobre título para ser somente a Universidade da Selva, ou UNISELVA, como era denominada.
No princípio, antes de ofertar a formação acadêmica, os fundadores foram a campo cientificamente por meio do Projeto Aripuanã. Só então, com gente preparada, ocuparam a Amazônia. E nada melhor do que buscar o conhecimento com o homem da floresta, o maior conhecedor desse mundo até hoje fascinante, com suas surpresas.

O cacique xavante Ceremecê, conta Novis Neves, foi um dos grandes colaboradores da busca do saber amazônico. O entendimento coletivo era que “ninguém ensina o que não sabe, ainda mais em nível de universidade”.

“Construímos o primeiro campo de pouso para aviões Búfalos da FAB (Força Aérea Brasileira) em Aripuanã, as palafitas da etapa inicial da cidade científica de Humboldt, ao lado do salto de Dardanelos. Criamos o polígono de conhecimentos da Amazônia, envolvendo todas as universidades e órgãos de pesquisa da região”, relata.

O ex-reitor e fundador observa que não havia possibilidade de importar conhecimentos amazônicos da Europa, dos Estados Unidos ou Ásia. Teria que ser aqui. E a UNISELVA tinha a proposta.

Com o entusiasmo e a alegria de quem fez parte dessa história, Novis Neves relembra que pesquisadores nacionais e estrangeiros aqui aportaram para ajudar, e não faltaram recursos financeiros nessa etapa do projeto.

Ele diz que fatores externos, como a crise mundial de petróleo, e internos fizeram com que a ciência fosse afastada do processo de desenvolvimento sustentável da Amazônia, pelo pragmatismo feroz das motosserras.
Passados quase 40 anos, diz, volta às manchetes nacionais e internacionais o velho assunto: ocupação racional e científica da Amazônia.

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