quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Hidrelétricas no Teles Pires podem condenar MT ao "apagão logístico"


Fonte:24 Horas News

No próximo dia 17 está previsto a realização do leilão das primeiras das 11 usinas hidrelétricas a serem construídas ao longo dos rios Teles Pires–Tapajós, que cortam parte dos estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas. Contudo, não há previsão conjunta de construção de eclusas que permitam a navegabilidade. Ou seja: a construção da hidrelétrica sem inclusão das eclusas impossibilitará o uso de uma alternativa mais barata e menos poluidora para escoamento de grãos, principalmente para Mato Grosso, segundo o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) em pronunciamento da tribuna, com base em matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira, dia 30.

"Se essas hidroelétricas forem construídas sem as eclusas, irão condenar por completo ao isolamento a maior região produtora de grãos do país: o meu estado do Mato Grosso" - disse o senador. Ele lembrou que da região saem 19 milhões de toneladas de soja por safra. "Corremos um sério risco de um apagão logístico, que inviabilizará o escoamento da nossa produção. Estamos muito próximos ao completo esgotamento. E o Governo o que faz?" - questionou.

Goelnner observou que a construção da eclusa junto com a usina teria um custo de 6% a 7% do total da obra, conforme a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), enquanto construí-la posteriormente custa o equivalente a 30% dos custos da obra, quando não é inviabilizada por dificuldades técnicas.
O parlamentar avalia que o governo parece ignorar a importância do escoamento de grãos por vias alternativas às rodovias, modal de transporte altamente poluente e que se encontra em péssimas condições. Pelos seus cálculos, cada "comboio fluvial" teria capacidade para transportar 18 mil toneladas de grãos, o que corresponde a 600 carretas. O modal hidroviário reduziria a poluição e diminuiria a concorrência dos caminhões com os automóveis nas estradas.
Goellner enfatizou que somenteMato Grosso produziu em 2007-2008 27 milhões de toneladas de grãos e carne, número que em 2014 deverá subir para 40 milhões de toneladas.

Goellner citou levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra que o Brasil fica em último lugar em ranking de 14 países com as piores estruturas de transporte e logística, especialmente pela carência de conexões entre os principais modais de transporte. Nesse sentido, o parlamentar criticou a falta de cooperação entre os ministérios dos Transportes e de Minas e Energia, por não atuarem em conjunto na busca de soluções para os problemas de logística e transporte no país.

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