quarta-feira, 30 de março de 2011

Delegado Márcio Pieroni deve pedir afastamento da DHPP

Sob pressão, delegado Pieroni coloca cargo à disposição


Policial é acusado de montar uma farsa para beneficiar empresário Josino Guimarães, acusado de morte de juiz



MidiaNews


Fonte Midia News
O delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), colocou o cargo à disposição da Diretoria da Polícia Judiciária. A decisão foi anunciaa durante entrevista ao programa policial "Cadeia Neles", da TV Record (Canal 10), no começo da tarde desta quarta-feira (30).

Na entrevista à TV, também se colocou à disposição da Polícia Federal e da Justiça Federal, e revelou que vai encaminhar todos os documentos relacionados à investigação da morte do magistrado à Corregedoria da Polícia Civil.

Na semana passada, o Ministério Público Federal acusou o delegado de ter montado "uma farsa" para tumultuar a ação penal, em que o empresário Josino Pereira Guimarães é tido como principal acusado de ser o mandante do crime, ocorrido em setembro de 1999. O empresário está prestes a ir a Júri Popular.

A estratégia foi colocar dúvidas quanto à morte de Leopoldino Marques do Amaral, levantando suspeitas de que o magistrado estaria vivo. Para isso, José Roberto Padilha da Silva (ex-funcionário da ex-esposa de Leopoldino) estaria ameaçando Luziane Pedrosa da Silva a não contar que o juiz estaria vivo. Luziane é ex-mulher do detento Abadia Paes Proença, conhecido de José Roberto, há 15 anos.

Luziane informou a Márcio Pieroni, no dia 9 de novembro de 2010, que estava sofrendo ameaças de José Roberto para não comunicar a ninguém que Leopoldino estaria vivo. Entretanto, duas semanas antes do comunicado da ameaça, o delegado esteve no presídio para conversar com Abadia Paes Proença, aparentemente, sem justificativas.

Luziane e Abadia prestaram depoimento à Polícia Federal, por determinação da Justiça Federal, no último dia 17. Ela declarou que foi orientada por policiais civis a ligar para José Roberto, repetidas vezes, para tentar arrancar dele informações sobre o juiz Leopoldino Marques do Amaral, porém não teve sucesso. Já Abadia disse que ouviu de José Roberto que Leopoldino estaria vivo e morando na Bolívia.

Nas conversas interceptadas pela Polícia Civil, com autorização da Justiça Estadual, entre Luziane e José Roberto, o MPF apontou que não há indícios de ameaça, conforme a versão apresentada pela Polícia Civil. Todos os procedimentos na esfera da Justiça Estadual foram anulados pela Justiça Federal.

Procedimento administrativo

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso abriu um procedimento administrativo para investigar a conduta do delegado Márcio Pieroni. Todo material da investigação será analisado pela corregedoria, para averiguar se houve alguma irregularidade.

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