segunda-feira, 30 de maio de 2011

Olacyr de Moraes, ex-rei da soja em Mato Grosso, volta à cena com jazida de metal raro, o tálio, descoberto na Bahia, cujo quilo vale R$ 9.600



FONTE ESTADÃO
Empresa de Olacyr de Moraes, 80, descobriu a 1ª reserva brasileira de tálio

O quilo do produto, raro e tóxico, é cotado a R$ 9.600; Cazaquistão e China são atualmente os únicos produtores

Em pleno oeste baiano, de cerrado e plantações de soja, foi encontrada a primeira jazida de tálio do Brasil.

O metal, raro, caro, tóxico e com aplicações importantes na indústria energética, é agora a menina dos olhos da companhia Itaoeste, do empresário Olacyr de Moraes.

Na década de 70, Olacyr virou o maior produtor individual de soja do mundo.

Aproveitou a grande cheia de 1973 do rio Mississipi, que arruinou as lavouras dos Estados Unidos, para expandir a fronteira do grão no Centro-Oeste brasileiro.

Ganhou a alcunha de "rei da soja" e chegou à casa dos bilhões de dólares, até que os negócios decaíram e ele teve que se desfazer de grande parte de seu patrimônio.

Agora, aos 80 anos, recém-comemorados em badalada noite em São Paulo, ele recorre novamente ao cerrado -precisamente a cidade de Barreiras, na Bahia.

VOLUME

De acordo com pesquisa feita pela empresa em 2% da área passível de ter o minério, a jazida encontrada na Bahia possui, por baixo, 60 mil quilos de tálio.

A reserva tem potencial de ser maior que as da China e do Cazaquistão, os únicos produtores atuais.

Com esse volume, é possível atender a toda demanda mundial por seis anos, segundo a empresa.

Em 2010, a cotação do tálio foi de US$ 6.000 o quilo (R$ 9.600). Trata-se de um negócio de, no mínimo, US$ 360 milhões para a empresa, que até então estava focada na exploração de manganês, cobalto, ferro, titânio, ouro, cobre e fosfato.

"As expectativas são muito otimistas. Os estudos em desenvolvimento confirmam a continuidade do minério, o que comprova o potencial do jazimento, além de significativas reservas de manganês e cobalto, produtos com alta demanda e valor de mercado", disse Vladimir Aps, diretor técnico da Itaoeste.

APLICAÇÃO

ITAOESTE MIRA O MERCADO DE ENERGIA

Com a descoberta da jazida de tálio, a empresa faz planos de entrar no setor de transmissão de energia. O metal é usado na produção de cabos supercondutores. Um único cabo desse tipo pode substituir uma linha inteira de transmissão. O material permite a transmissão a longas distâncias com poucas perdas.

Início da extração de tálio pode levar anos

Licenciamento ambiental, audiência pública e plano econômico são exigências para a exploração do mineral

Material é utilizado para a transmissão de eletricidade a longa distância, em exames e sensor infravermelho

O DNPM (Departamento Nacional de Pesquisa Mineral) vai vistoriar até julho a jazida de tálio da empresa Itaoeste, do empresário Olacyr de Moraes.

Segundo o superintendente da instituição na Bahia, Teobaldo Oliveira Júnior, essa vistoria permitirá avaliar o volume da reserva.

Para a empresa conseguir a licença para lavra, deverá apresentar um plano de aproveitamento econômico.

Haverá rodadas de audiência pública na região, entre outras exigências, que devem empurrar o início da exploração para daqui a uns dois anos, avalia Oliveira.

Por se tratar de um elemento tóxico e supostamente cancerígeno, cuja exploração pode contaminar a água e o solo da região da jazida, há chances de a empresa encontrar dificuldade para licenciamento ambiental.

O tálio é usado na produção e pesquisa de supercondutores de alta temperatura, que permitem a transmissão de eletricidade a longas distâncias com poucas perdas.

O mineral tem também propriedades termelétricas: consegue transformar diretamente calor em eletricidade.

Dispositivos como motores e chips de computador desperdiçam a energia gerada por seu funcionamento na forma de calor, o que pode ser solucionado com o uso de materiais como o tálio.

Ele é usado também como contraste em exames médicos e em sensores de infravermelho.

Um comentário:

  1. Esse eu conheço, é fera, onde põe a mão brota dinheiro.

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