terça-feira, 24 de maio de 2011

Policiais civis mortos podem ter planejado assassinatoTestemunhas refutam versão da Polícia e afirmam que morte foi planejada

Otmar Oliveira/ A Gazeta

Fonte midianews
Familiares de Gilson da Silva Alves, morto pelo policial civil Edson Leite, na tarde desta segunda-feira (23), em Várzea Grande, contestam a versão dada à imprensa pela Polícia e afirmam que se trata de um homicídio planejado pelos dois policiais - Edson Leite e João Osni Guimarães, o "João Caveira", que também morreram. O motivo seria vingança.

Testemunhas do crime que preferem se manter no anonimato também reforçam o argumento de que se trata de uma armação feita para matar o rapaz que ameaçou revelar um lado obscuro de um outro crime.

Conforme relatos, Gilson da Silva teve a casa onde morava, no bairro Jardim Eldorado, em Várzea Grande, assaltada na sexta-feira (20), por quatro bandidos. Foram levados um notebook, um aparelho de vídeo game Playstation e R$ 2 mil em espécie que seria usado para uma viagem a Alta Floresta.

Ao registrar, no domingo (22), uma queixa na delegacia, Gilson da Silva informou que os bandidos seriam parentes do policial João Caveira. "Meu cunhado foi vítima de uma emboscada covarde. Avisou na delegacia que os bandidos seriam parentes do João Caveira e por isso morreu", disse Wilton Carlos da Silva.

Vendedor ambulante, Gilson da Silva Alves iria aproveitar a movimentação de um festival de rodeio em Alta Floresta para vender comida numa tentativa de ampliar a renda mensal. Mas, ele ficou impedido de viajar porque os R$ 2 mil reservados foram roubados.

Antes disso, Gilson era proprietário do restaurante localizado no posto 2006 na rodovia dos Imigrantes, mas, havia arrendado há dois meses.

Emboscada

De acordo com a versão dos populares, os policiais Edson Leite e Maksuel chegaram ao posto de gasolina 2006 e deixaram o veículo Golf de cor preta distante das proximidades do restaurante. Ao perceber a presença da vítima, os dois policiais rondaram o restaurante e efetuaram um disparo para o alto. O carro seria de propriedade do policial civil João Caveira que teria acompanhado toda a trama.

Assustado, Gilson da Silva correu em direção ao matagal e foi atingido com três tiros na costa, dois na cabeça e um na perna. "Ele não tinha arma alguma. O que aconteceu foi uma covardia. Os policiais colocaram a arma na mão dele para montar uma farsa", relata uma testemunha.

Gilson da Silva seria proprietário do restaurante localizado no Posto 2006 e teria arrendado para uma família há dois meses e vendia sanduíches para eventos.

Ele era casado há mais de 25 anos e deixa a esposa e dois filhos. "A gente vai lutar em busca da verdade porque é um absurdo. Os bandidos assaltaram meu cunhado e intimidaram porque tinha parente na polícia", declarou o parente da vítima, Nelson dos Santos.

Acidente fatal

Conforme a versão das testemunhas, após assassinar o vendedor Gilson da Silva, os policiais civis Edson Leite e João Caveira partiram com o veículo Golf de cor preta, placa NJF 7503, em alta velocidade para evitar que a presença de populares provocasse confusão.

Ao chegar em alta velocidade na Avenida Filinto Muller, João Caveira, que dirigia o veículo, não percebeu uma lombada no meio do caminho e perdeu o controle se chocando com o muro de uma residência. Ambos não resistiram aos efeitos da batida e, presos nas ferragens, morreram na hora.

Embora a Polícia Civil sustente que Edson Leite estava ferido, não houve comprovação alguma. Também não foi revelado o motivo que levou a abordagem ao vendedor que terminou morto a tiros.

Inquérito

O delegado Antônio Carlos Garcia informou que a Polícia Civil vai instaurar inquérito para investigar o caso e evitou aprofundar nos comentários. "Todas as informações que recebemos são preliminares e mais esclarecimentos só teremos após a conclusão da investigação policial. Fora disso, tudo não passa de especulação

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