terça-feira, 12 de julho de 2011

Pagot nega irregularidade no DNIT-MT com empresa da família de superintendente


Fonte: Só Notícias

Após mais de quatro horas de depoimento, o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, fez os esclarecimentos que precisava aos senadores. Houve alguns momentos de pressão, principalmente, por parte do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que queria ver o diretor apontando os erros no órgão e os possíveis culpados por estes. Mas, Pagot frustrou os planos do senador ao negar todo e qualquer tipo de denúncia de corrupção no órgão. Ele também explicou os motivos de alguns sobrepreços apontados em algumas obras, mas ressaltou que todos os trabalhos do Dnit passam por fiscalização rígida do TCU e CGU.

Pagot finalizou o depoimento dizendo que está tranquilo sobre as denúncias e disse que seu patrimônio está à disposição para análise. Ele ressaltou que caso não permaneça a frente do órgão, voltará a iniciativa privada. "Estou doido para voltar para a iniciativa privada. Se vou continuar [a frente do Dnit] só depende da presidente Dilma Rousseff", ressaltou.

O senador mato-grossense Pedro Taques (PDT). Ele reconheceu que Pagot "é competente e conhece a área como poucos no Brasil. A primeira foi sobre a situação jurídica dele no órgão. Luiz Pagot respondeu que havia pedido férias com antecedência. "Se serei exonerado ao completar período de férias até dia 21, é questão que depende da presidente Dilma. Tenho consicência das minhas virtudes tanto das minhas falhas, da quantidade horas que trabalho em busca de obras de qualidade com preços competitivos", expôs.

Taques questionou ainda: "como chegamos a um sobrepreço de R$ 95 milhões em uma obra na rodovia BR-060. o DNIT não viu isto antes do Tribunal de Contas"? Pagot respondeu que são feitos relatórios locais e o departamento tem 5 dias para se defender. Na maioria dos casos, as justificações e explicações são aceitas, disse.

Ele também respondeu pergunta de Taques que citou relatório de fiscalização sobre obstrução dos trabalhos de inspeção no DNIT. "Nego veementemente obstrução de fiscalização a integrantes do Tribunal de Contas da União, conforme consta em relatório. Não posso admitir isso...estendemos tapete vermelho para TCU e CGU. Os gestores respondem com seu patrimônio. Nós respondemos com nosso patrimônio, senador Pedro Taques, e não podemos correr o risco de perder o pequeno patrimônio nosso e da família. Quem quer ser apenado com uma observação como essa que eu até fico revoltado", afirmou Pagot.


O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi o principal questionador. Ele chegou a afirmar que tinha 54 perguntas para fazer a Pagot, mas que por falta de tempo não poderiam ser realizadas. Foi dele a pergunta mais contundente, sobre a possível ligação entre os aumentos dos aditivos para as empresas que foram as principais doadoras de campanha da presidente Dilma Rousseff.

Pagot disse desconhecer a ligação sobre doadores de campanha com aumento de aditivos das obras. Ele ressaltou que no Dnit isso não ocorre. "No Dnit não tem ligação entre empresas doadoras com aumento de aditivos", apontou. Em um pequeno embate, o senador tucano chegou a declarar que Pagot insultava a inteligência das pessoas ao afirmar que tudo se fez corretamente no Ministério dos Transportes estava correto e dentro da lei. “Os preços estão inflados demais. Há superfaturamento em obras do Dnit”, ressaltou. Pagot discordou das palavras do parlamentar.

Ao responder ao questionamento do senador Ciro Miranda (PSDB-GO), Pagot disse que continua a frente do Dnit e que apenas está gozando de férias. Para seu lugar, está um substituto de sua confiança.

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