quarta-feira, 13 de julho de 2011

Vou responder com meu patrimônio se tiver algo errado no Dnit, diz Pagot

Diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot está de férias, mas foi afastado do cargo.
Ele disse que vai autorizar acesso de comissão a sigilos bancário e fiscal.

Fonte  G1
O diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, voltou a negar nesta quarta-feira (13) que o órgão seja instrumento de arrecadação partidária e disse que responderá com seu patrimônio se forem comprovadas irregularidades no órgão.
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“As investigações [sobre suposto pagamento de propina] estão aí. Se eu tiver alguma coisa para responder, eu vou responder na Justiça e digo mais: se tiver algo errado com Dnit, meu patrimônio que vai responder, eu tenho que devolver, minha família que vai sofrer”, disse Pagot durante depoimento em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Antes, Pagot foi questionado pelo deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) sobre a evolução de seu patrimônio e propriedades rurais. O diretor afastado disse que tem uma “pequena área rural” em Itaquatiara , no Amazonas.
“A área é imensamente pequena. Não dá para criar dez cabeças de gado nessa área, não tenho área nenhuma na Bahia nem no MT e nem tenho interesse. Minha pecuária é pequena e está registrada no meu imposto de renda”, defendeu-se.
Pagot voltou a confirmar que o deputado federal Valdemar da Costa Neto, um dos líderes do PR, vai ao Dnit "eventualmente" para acompanhar andamento de obras, assim como outros parlamentares. “Eventualmente vem ao Dnit, inclusive, não vem mais nem menos que dos outros aliados. Ele vem eventualmente, vem para tratar do andamento da obra acompanhado de parlamentares. Mas volto a repetir: o Dnit não é instrumento de arrecadação partidária”, afirmou.
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antônio Pagot, durante audiência em comissão da Câmara nesta quarta (13) (Foto: Agência Câmara) 
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antônio Pagot,
durante audiência em comissão da Câmara nesta
quarta (13) (Foto: Agência Câmara)
Sigilos
Durante o depoimento, Luiz Antônio Pagot afirmou que irá assinar documento apresentado pela oposição no qual ele autorizará a abertura dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de correio eletrônico à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Durante a audiência, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) apresentou o documento a Pagot e o convidou a assiná-lo.
“É verdade que o senhor falou no Senado que abriria seus sigilos? Tenho aqui um documento onde o senhor autoriza a comissão de Fiscalização e Controle a ter acesso ao seu sigilo. Gostaria de saber se o senhor está disposto a assinar esse documento?”, perguntou Macris.
“Vou assinar esse documento, viu deputado. A única coisa é que vou deixar na mão da comissão. A minha sistemática é de muita responsabilidade. Eu sou duro na queda, duro de convencer”, disse Pagot em resposta a Macris.
A proposta levantada pelo tucano causou imediata reação entre os governistas. O colega de partido de Pagot, deputado Giroto (PR-MS) acusou Macris de querer transformar a audiência em uma reunião de Comissão Parlamentar de Inquérito: “Isso aqui é CPI? O que o deputado Macris faz é inquirir para CPI.”
Outros deputados governistas também interferiram para garantir que Pagot não assinasse o documento. O deputado Sérgio Brito (PSC-BA), que comanda a audiência, afirmou que o diretor estava na Câmara na condição de convidado e não estaria obrigado a assinar qualquer documento.
“É o Dnit que está sendo questionado. É obrigação do parlamento esclarecer denúncias que estão sendo feitas. Estamos aqui para esclarecer”, argumentou Macris diante da reação dos deputados governistas.
“Não me senti absolutamente constrangido pelas suas perguntas. Acho que é seu dever”, disse Pagot a Macris.
Situação no cargo
Mais cedo, Luiz Antônio Pagot disse que ficou “constrangido’’ com as reportagens vinculando o seu nome e supostas irregularidades no órgão. Pagot disse ainda que não está afastado do cargo – embora o governo tenha divulgado o seu afastamento -, mas sim de férias. Para ele, se o governo quisesse, deveria tê-lo demitido.
“Não fiquei nada satisfeito com a situação, não me coloquei contra o governo. Eu não posso ser afastado, ou é demitido ou tira férias. O que o Planalto [deveria ter feito], se quisesse, é a minha demissão”, disse Pagot.
O afastamento de Pagot foi informado por meio de nota divulgada pelo então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no dia 2 de julho. No dia 5, o Palácio do Planalto chegou a informar que, quando Pagot retornasse das férias, deixaria o cargo em definitivo. No dia seguinte, 6 de julho, Nascimento deixou o cargo de ministro em razão das denúncias de superfaturamento nas obras da pasta.
Durante depoimento em audiência pública na Câmara nesta quarta, Pagot repetiu apresentação desta terça-feira no Senado, quando disse que suas férias já estavam programadas desde novembro e que sua volta ao comando do órgão depende da presidente Dilma Rousseff.
“Não depende de mim, depende de Dilma. (..) Com relação a minha situação funcional, efetivamente estou de férias”, afirmou nesta quarta.
Mais cedo, ao chegar no Congresso por volta de 8h40, Pagot disse ao G1 que "aguardava instruções" do Palácio do Planalto sobre o seu futuro no comando do órgão. O diretor foi afastado no começo do mês e entrou em férias em seguida. Ele deve ser exonerado do cargo, segundo já informou o Planalto, devido a denúncias de superfaturamento em obras do Ministério dos Transportes.
Questionado sobre suas declarações no Senado nesta terça, quando disse que estava “doido” para voltar a trabalhar na iniciativa privada, Pagot fez mistério: “O futuro a Deus pertence

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