segunda-feira, 11 de março de 2013

Após quase 10 anos, Luz para Todos ainda está longe da meta


Governo diz que prazos para conclusão do Luz para Todos serão cumpridos

Desde que foi lançado, em 2003 , o programa Luz para Todos alcançou cerca de 3 milhões de famílias. De acordo com o governo, restaria atender 342,7 mil, o que ocorreria até 2014.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de distribuidoras nos Estados, porém, mostram um quadro diferente. No início deste ano, o saldo de moradias sem energia elétrica chegava a 1 milhão --de um total de 58,5 milhões de residências no país, segundo o IBGE.

Famílias sem luz

Família do lavrador Elcio Macedo, 42, que vive sem luz desde que nasceu, em São Desidério (BA)
A diferença existe porque, com o avanço de novas moradias, a base do governo se defasou. Além disso, muitas dessas residências ficam em locais de difícil acesso. No atual ritmo de atendimento, mais de 285 mil devem continuar sem luz depois de 2014.
"Vai ficar um passivo em regiões mais isoladas", afirma Sérgio Lima, coordenador do programa na Bahia.
O Estado lidera o ranking das ligações necessárias para a chamada universalização: são 323 mil residências sem luz, ante 220 mil do Pará e 91 mil do Amazonas.

MAIS TEMPO
Distribuidoras de energia de oito Estados (MA, MS, AC, AM, PA, TO, MT e BA) querem que o decreto do Luz para Todos seja prorrogado para depois de 2014. Sem isso, Bahia, Mato Grosso e Tocantins, por exemplo, estimam que a exclusão elétrica será eliminada apenas em 2027.
O decreto presidencial em vigor permite que cerca de 70% dos custos do programa sejam pagos por meio de fundos abastecidos por percentuais descontados da conta de luz dos consumidores.
Sem o subsídio, os custos seriam transferidos aos Estados e às distribuidoras, que teriam duas opções: transferir os gastos para os consumidores ou atrasar as metas.
Enquanto uma ligação urbana custa em média R$ 208, em uma área isolada ela pode sair por até R$ 200 mil, pela necessidade de providenciar toda a infraestrutura.

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