Um bebê que nasceu prematuro na manhã desta segunda-feira, em Castro (PR), foi dado como morto pelo médico e passou duas horas no necrotério antes que alguém percebesse que ele estava respirando. "Colocaram (o bebê) numa caixinha de papelão, que nem um chinelinho, e levaram para o necrotério", disse o pai da criança, o industriário Gilmar de Farias, 52 anos. O menino, que se chamaria Jean Samuel, sobreviveu por mais quatro horas com ajuda de respiração mecânica na incubadora, mas morreu no começo da tarde.
Colocaram (o bebê) numa caixinha de papelão, que nem um chinelinho, e levaram para o necrotério
Gilmar de Fariaspai do bebê
O caso aconteceu no Hospital Anna Fiorillo Menarim, no município que fica a 150 quilômetros de Curitiba. A mãe do bebê, Katisilva de Fátima Viana, 28 anos, estava grávida de 22 semanas, ou quase seis meses. Ela entrou em trabalho de parto na última a madrugada e foi levada pelo marido para receber atendimento.
"Rompeu a bolsa em casa, eu trouxe ela no hospital e, em questão de minutos, o médico fez o parto e disse que a criança estava morta", relatou o pai do bebê. Em seguida, os médicos o colocaram em uma "caixinha de papelão" e levaram o menino para o necrotério. "Isso era 6h, 6h10", disse Gilmar. "Daí minha sogra falou 'mas o nenê, dava para ouvir a respiração', e eu falei 'eu não acredito'."
Segundo o pai da criança, cerca de duas horas depois do nascimento, eles foram autorizados a descer ao necrotério. "Aí eu vi a respiração, uma sobrinha minha viu a respiração, e chamou a enfermeira. Daí ela correu e levou a criança para entubar", disse Gilmar.
Aí eu vi a respiração, uma sobrinha minha viu a respiração, e chamou a enfermeira. Daí ela correu e levou a criança para entubar
Gilmar de Fariaspai do bebê
A direção do hospital afastou o médico que fez o parto e abriu uma sindicância para investigar o ocorrido. Gilmar disse que pensou em ir à polícia para registrar o caso, mas resolveu esperar o fim da sindicância do hospital. "Ele era muito pequeninho, só que... um erro do médico, né."
A mãe do bebê segue internada. Segundo o diretor administrativo do hospital, João Carlos Licheski, os profissionais que atenderam Katisilva estão sendo contatados para que seja apurado o que aconteceu. A instituição também está recuperando o histórico de consultas médicas e de atendimentos da mulher.
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