O cardeal brasileiro de origem alemã Odilo Pedro Scherer é a principal aposta do "partido romano", com apoio tanto do decano [cardeal mais velho], Angelo Sodano, como do camerlengo [cardeal que administra as finanças da Santa Sé], Tarcisio Bertoni, para a sucessão de Bento 16. Foi o que apontou o jornal italiano "La Repubblica", na edição desta sexta-feira (8).
Este "partido romano", composto principalmente por italianos e por membros da Cúria Romana, tenta resistir à mudança.O apoio, como indica a publicação, está atrelado a uma segunda intenção. Os religiosos --considerados os mais poderosos no comando do Estado-membro da Igreja Católica-- veem em Scherer a oportunidade de conquistarem um secretário de Estado italiano, o centro nervoso do poder do Vaticano.
Mas, o jornal cita Pedro Angelo Scola, arcebispo de Milão, como principal adversário do religioso brasileiro. O italiano, que é a "primeira escolha dos reformadores", tem ao seu lado ao menos 40 votos devido ao apoio de muitos estrangeiros, vários cardeais da Europa Central e, sobretudo, dos norte-americanos.
Os chamados "reformadores" acreditam que chegou a hora de uma mudança radical na liderança da igreja, por causa dos escândalos de vazamento de informações confidenciais --chamado de Vatileaks-- assim como de um governo considerado insatisfatório nos últimos anos.
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