sábado, 30 de março de 2013

Brasil economizará R$ 1,4 bi por ano com a conclusão da BR-163


A BR-163 – também conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém – é um caso simbólico da gestão da infraestrutura de transportes no Brasil. Iniciada em 1973, a estrada permanece em obras, privando as indústrias e os produtores rurais do Centro-Oeste e do Norte de um importante corredor logístico para o escoamento da produção. Segundo o estudo BR-163: Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil economizaria até R$ 1,4 bilhão por ano com o transporte de cargas a partir da conclusão das obras. Isso melhoraria a competitividade brasileira.
A economia resultaria da redução de gastos logísticos ao mudar a via de exportação para os portos do Norte brasileiro, uma rota mais curta e mais barata. Para se ter uma ideia, a conclusão da estrada reduziria de três a cinco dias a viagem de navio entre o Brasil  e a Europa se comparado à rota partindo de Santos (SP) ou Paranaguá (PR). Atualmente, a viagem entre os portos das regiões Sul e Sudeste e a Europa demora cerca de 15 dias.  “A BR-163 abriria uma nova via para o comércio internacional, aliviando sensivelmente a infraestrutura do sul do Brasil”, diz o presidente do Conselho de Infraestrutura da CNI, José de Freitas Mascarenhas. “É urgente que se complete essa rota porque quem paga o preço é o único elo que gera riqueza, que é o produtor.”

ALÍVIO - Para a CNI, a conclusão da obra não só tornaria a indústria da região mais competitiva, como ajudaria a desafogar os portos das regiões Sul e Sudeste, onde hoje é embarcada a produção oriunda do eixo da BR-163. Responsável por 52% da safra brasileira de soja (68,2 milhões de toneladas), o norte de Mato Grosso é obrigado a exportar sua produção pelos portos do Sul e do Sudeste, a rota mais longa. Com a BR 163 em operação, estima-se que 45,5 milhões de toneladas de grãos poderiam ser exportadas pelos portos do Norte, abrindo espaço para outras cargas e desafogando os portos de Santos e Paranaguá.

Na direção inversa, a rodovia também possibilitará que mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, como motos e eletroeletrônicos, sejam movimentadas para a região Centro-Sul a partir de Santarém. De acordo com um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o tempo de viagem para transporte de mercadorias até São Paulo, por exemplo, será reduzido em dois dias em relação à rota utilizada atualmente. Hoje, a produção de Manaus é transportada via barcaça até Belém e segue por 2.930 quilômetros por  rodovia até a capital paulista.

POEIRA E LAMA - Iniciada em 1973, a BR-163 tem apenas o seu trecho de Cuiabá à divisa de Mato Grosso com o Pará, no município de Guarantã do Norte, pavimentado – ainda que em condições precárias de conservação. Um levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), concluído em novembro, constatou que apenas 49% do trecho paraense está asfaltado. O restante são quilômetros de buracos e lama, formando um percurso de atoleiros e transtornos para os motoristas que se aventuram no trajeto. A expectativa do governo federal é de que a obra seja concluída no fim de 2014.

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