quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Hidrovia Juruena/Tapajós é vital para reduzir custos logísticos na região Norte



Redução considerável no custo logístico e aumento de competitividade. Esses são os principais benefícios que a criação da hidrovia Juruena/Tapajós traria para a região Norte do país. A constatação veio de um profundo estudo realizado pela consultoria Macrologística, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e que culminou no Projeto Norte Competitivo.

O projeto identificou 42 eixos de integração de transporte (ferrovias, hidrovias, rodovias e portos) para melhorar a infraestrutura logística dos nove estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). Desses, selecionou nove considerados prioritários. "Já que não há verba suficiente para a execução de todas as obras, essa escolha é essencial para que sejam concentrados esforços nos eixos mais eficientes, com previsão rápida de retorno dos investimentos", explica Olivier Girard, sócio da Macrologística e responsável direto pelo estudo.

Nessa seleção, a hidrovia Juruena/Tapajós foi o eixo de integração de transporte que apresentou maior potencial de redução no custo logístico para a região. A produção de grãos mato-grossense poderia ser escoada pelos rios Arinos e Juruena e depois pelo Tapajós, até o porto de Vila do Conde (PA). O custo do frete por tonelada de milho produzido em Lucas do Rio Verde (MT) para Xangai, por exemplo, seria quase 40% menor do que é hoje para se atingir o mesmo destino – dos R$ 226 atuais contabilizados no trajeto até o porto de Paranaguá (PR), por onde é exportado para a China, para R$ 136, valor que seria gasto caso a região tivesse a hidrovia Juruena/Tapajós, que levaria o produto até Vila do Conde, seguindo de lá para o mercado chinês.

O investimento para esse eixo de integração é estimado em R$ 2,8 bilhões e inclui, entre outras obras necessárias, a construção da eclusa da Cachoeira de Meia Carga (MT), algumas dragagens, sinalização e balizamento dos rios Juruena, Arinos e Tapajós, além de outras construções de infraestrutura portuária, de acordo com a análise feita pela consultoria Macrologística.

"Somos um dos países mais competitivos do mundo em vários produtos. Porém, basta que eles saiam de seus locais de origem e já começamos a perder competitividade, o que torna urgente a necessidade de mudanças na infraestrutura. O investimento total previsto com os nove eixos propostos no Norte Competitivo se pagaria em menos de quatro anos com a economia gerada por uma logística mais eficiente", diz Olivier. O projeto já foi apresentado em oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal e, em março, deve ser entregue à presidente Dilma Rousseff

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