quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Polêmica sobre celibato reacesa

Fonte diario de cuiaba
A prisão do frei Erivan Messias da Silva na noite de anteontem, por estar acompanhado de uma adolescente de 16 anos na saída de um motel em Várzea Grande, reacendeu o debate em torno do celibato obrigatório - em vigor desde o século XVI - e do voto de castidade impostos ao religioso assim que ingressa em um ministério na Igreja Católica.

Para falar sobre o assunto, nada melhor do que ouvir quem já teve a batina como peça fundamental no guarda-roupa. Três ex-padres ouvidos pela reportagem abandonaram a indumentária pelo mesmo motivo: eles decidiram se casar e ter filhos. Hoje, todos são professores e deixaram o ministério cada um a seu modo em momentos diferentes da vida. Dois deles preferiram não se identificar.

Para o ex-padre R., que renunciou à ordenação há apenas dois anos, casos de pedofilia na igreja refletem um problema social. “Não é um problema apenas dentro da igreja, mas uma questão social”, avalia. Ele explica que a pedofilia clerical não pode ser associada exclusivamente ao celibato, porque ocorre “nas famílias como um todo” e quando descoberta, repercute com mais força no ambiente religioso “por conta da restrição”, define.

O ex-padre deixa claro que acredita que problemas sexuais envolvendo religiosos só ocorrem por conta “da incoerência como uma pessoa encara os votos”, explica o ex-padre.

A.V. deixou a batina há 30 anos e hoje é professor de Letras. Ele afirma que casos como o do frei representam “apenas uma gotinha”. E sentencia: “Mais coisas piores vão acontecer”, estima. O ex-padre baseia sua previsão no atraso da igreja em entender e acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade ao longo do tempo. “Coisas milenares precisam ser repensadas, mas parece que ninguém está com coragem de repensar”, salienta. O ex-padre, hoje com mais de 50 anos, destaca que a tradição e questões econômicas esmagam qualquer chance de um padre vir a se casar.

Para o doutor em educação, Aristides Januário da Costa Neto, o celibato não é a origem dos problemas. “O celibato é apenas um modo de vida humana, uma orientação como qualquer outra: homo, hétero, trans, bi e etc. Em si, não pode ser considerado algo bom ou mal”, explicou.

NÚMEROS – Segundo a Igreja Católica existem no Brasil 18 mil padres. Cerca de sete mil deixaram o altar para se casar. Apenas o Movimento Nacional dos Padres Casados já conta com dois mil integrantes

Um comentário:

  1. Esse tal Aristídes, fazer comparação entre celibato e orientação sexual e dizer que tudo é a mesma coisa. Ou ele é um analfabeto ou esse título que diz 'possuir' é suspeito. Vai estudar ô meu.

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