quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Canteiro é incendiado



Trabalhadores da usina atearam fogo no alojamento, refeitório, ambulatório, áreas de lazer e dezenas de carros


Manifestantes chegaram a arrombar e roubar R$ 500 mil de um caixa-eletrônico
FONTE DIARIODECUIABA

Uma revolta de trabalhadores destruiu a maior parte das instalações do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Colíder, entre os municípios de Colíder, Itaúba e Nova Canaã do Norte (700 quilômetros de Cuiabá).

O incidente teve início no final da noite de segunda-feira (11), se estendeu ao longo do dia seguinte e, segundo a Polícia Civil, envolveu um número estimado entre 50 e 100 operários encapuzados - alguns deles, portando armas de fogo roubadas dos seguranças da obra.

O grupo incendiou alojamentos, refeitório, ambulatório, áreas de lazer, dezenas de veículos (ônibus, camionetes e carros de passeio), além de prédios administrativos da Copel (Companhia Paranaense de Energia), concessionária da obra, e de empresas do consórcio construtor.

Dois caixas-eletrônicos, que continham cerca de R$ 500 mil, foram arrombados e saqueados. Três trabalhadores foram presos em flagrante quando tentavam fugir levando R$ 37 mil em espécie.

A Polícia investiga as causas da revolta. Um dos motivos alegados foi o descontentamento dos trabalhadores com o possível não-pagamento de horas extras referentes ao trabalho na terça-feira de Carnaval.

Por telefone ao DIÁRIO, a assessoria de imprensa da Copel negou que tenha havido anúncio ou mesmo intenção de corte no pagamento. A empresa disse que a obra foi paralisada e que, em razão da extensão dos danos, não há previsão de retomada.

Os presos foram encaminhados para Alta Floresta. O delegado Bruno Abreu, da delegacia de Nova Canaã do Norte, disse que eles serão indiciados sob suspeita de roubo armado, formação de quadrilha, incêndio e ameaça.

"Amanhã [Hoje] faremos a perícia no local para apurar o que foi destruído. E estamos ouvindo os trabalhadores para encontrar a motivação exata", disse.

A destruição do canteiro, que abrigava 2.100 trabalhadores, lembrou episódios recentes ocorridos nos canteiros de outras usinas, como Belo Monte (PA) e Jirau (RO).

Em nota, o consórcio Colíder (liderado pelas empresas JMalucelli e CR. Almeida) disse que "segue integralmente a legislação trabalhista" e que apenas 30 operários participaram da confusão.

"É totalmente inverídica a informação de que os trabalhadores não receberiam as horas extras devidas em razão de trabalho durante o feriado."

Quem morava nos alojamentos destruídos foi acomodado em cidades vizinhas, diz a nota. Até o fechamento desta edição, não havia registro de feridos. 




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