Agência da Notícia
A BR-158 em frente a Aldeia Marawtsede dos índios Xavantes, entre os municípios de Alto da Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, está parcialmente fechada pelos índios que estão cobrando pedágios de quem usa a estrada. A informação é de um motorista que passou com uma carreta nesta terça-feira, 10, de manhã pelas imediações da área. Ele contou que os índios exigiam que ele pagasse R$ 200,00 de pedágio.
O motorista explicou que não tinha o dinheiro e os Xavantes pediram que desse óleo diesel. Mas o tanque da carreta estaria praticamente vazio e o caminhoneiro ofereceu R$ 50,00. “Era o dinheiro que eu tinha e tive que dar para os índios se não eles não deixariam que eu passasse, é uma situação humilhante”, contou o motorista que disse ainda que os índios informaram que o dinheiro arrecadado seria para adquirir combustível e comida.
O motorista ainda denunciou ao Agência da Notícia que os índios estão armados com flexas e bordunas. Alguns índios estariam escondidos próximo a BR-158. "A gente sabe que não dá pra brincar com índios e ainda mais eles armados, é claro que a gente fica com medo quando passa pelo local", contou o motorista.
De acordo com informações de moradores próximo a Aldeia Xavante, todos os veículos estão sendo parados. Um ônibus foi parado pelos índios que entraram no veículo e cobraram pedágio individual dos passageiros, que ultrapassou R$ 10,00 por pessoa. Motos também estão sendo paradas.
Os bloqueios e as cobranças de pedágios estão se tornando frequente na região da Terra Indígena Marawatsede. Os índios também ameaçaram que a empresa Xavante que passa pela BR 158 fazendo o transporte de passageiros da região para a Capital Cuiabá e Goiás, não irá mais passar pela BR 158 na área de Reserva, a proibição segundo os índios vai começar em janeiro do próximo ano. A cobrança de pedágio por índios é proibida segundo a Justiça.
O que estaria levando os índios a cobrar pedágios na BR 158 seria a falta de assistência aos índios por parte da FUNAI. De acordo com ex-moradores da Suiá Missú, os índios estariam passando fome. “A FUNAI usou os índios para pegar essa terra, mas ele simplesmente não tem como se manter nela, quando existia o Posto da Mata e os produtores que moravam na área, era comum doações de comidas inclusive para os índios que praticamente estavam a mercê, sem nenhuma atenção da FUNAI. E agora que não tem mais morador ali, eles estão tendo que fazer isso pra poder arrumar dinheiro para comprar comida. Não dá pra se conformar, índios com mais de 165 mil hectares de terras que poderiam ser produtivas e são produtivas, ter que cobrar pedágio pra comprar comida, mas o índio não vive da caça e da pesca?” - indagou uma ex-moradora que conversou com a reportagem do Agência da Notícianesta manhã por telefone, mas que preferiu manter o nome em sigilo por temer represálias.
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