segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Hoje é dia Nacional da Cachaça



Foto do Museu da cachaça de Betim MG
O Museu conta com um acervo com mais de 1500 exemplares de diversas marcas. Algumas das mais curiosas estão à cachaça Pelé Caninha, dedicada ao Pelé pela conquista da Copa de 1958 e uma cachaça datando 1935.

Data relembra rebelião de produtores contra a Coroa Portuguesa. Brasil tem hoje 40 mil produtores da bebida.
Há quem diga que não há dia certo para beber. Outros preferem o fim de semana. Mas lembrar de bebida alcoólica em plena segunda-feira não seria demais? Parece que não para aqueles que sabem apreciar uma boa caninha, branquinha, parati, aguardente, pinga, enfim cachaça. Apreciada no país inteiro, a bebida ganhou vários nomes, com influência dos regionalismos. E como forma de homenagear os cachaceiros e produtores da bebida de todo o Brasil, é comemorado nesta segunda-feira (13) o Dia Nacional da Cachaça.

A data foi criada pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) em 5 junho de 2009, durante a feira Expocachaça, em Belo Horizonte. Apesar de os produtores e o instituto comemorarem o dia, ele ainda é um projeto de lei, que tramita na Câmara dos Deputados.
De acordo com dados do Ibrac, hoje no Brasil, existem 40 mil produtores de cachaça, sendo que 99% são micro ou pequenos produtores. Ainda segundo o instituto, existem quatro mil marcas de cachaça no país, que contribuem com 600 mil empregos diretos e indiretos. No ano passado, o país exportou 10,8 milhões de litros da bebida. Os principais compradores foram Alemanha, Estados Unidos, Portugal e França.

A cachaça é considerada símbolo da identidade do povo brasileiro. A justificativa pode ser buscada na história. Em 1660, uma rebelião de produtores que ficou conhecida como Revolta da Cachaça foi determinante para que a Coroa Portuguesa legalizasse a produção e comercialização da bebida. A liberação acontece justamente em 13 de setembro de 1661. O folclorista e professor Carlos Felipe, presidente da Comissão Mineira de Folclore, explica que a proibição era uma forma de incentivar o consumo da bagaceira, bebida produzida pelos portugueses a partir do bagaço da uva. “A elite bebia a bagaceira, o vinho. Para os escravos, era jogado o restolho da cana de açúcar, que era a cachaça”, diz.

De acordo com o folclorista, as primeiras referências históricas dão conta de que a produção da cachaça começou no Rio de Janeiro e na Bahia. “No século 16, já há relatos da bebida fabricada do restolho da cana. A cana não utilizada na produção de açúcar era colocada para fermentar e consumida alambicada, isto é, esquentada e filtrada. Esse produto era para bebida de escravos, dava energia para eles”, conta.

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