Cerca de 50 integrantes do assentamento Milton Santos de Americana, no interior de São Paulo , ocupavam a sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na Zona Sul da capital paulista, na manhã desta quarta-feira (23).
A ocupação teve início por volta das 6h30 e a Polícia Militar negocia a saída do grupo do local. Não houve registro de confronto até as 8h40. Os manifestantes afirmam que só deixaram o prédio do Instittuto Lula após a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto de desapropriação da área em Americana.
Segundo os manifestantes, a ocupação ocorre com o objetivo de pressionar o governo federal a resolver a situação do assentamento, que tem 70 famílias instaladas e que serão desapropriadas. Uma parte do grupo ocupa o prédio do Incra, na região da Santa Cecília, no Centro, desde o dia 15.
Faixas foram colocodas em frente à sede do instituto
De acordo com Vandré Ferreira, advogado que representa as famílias, foi o Incra quem ofereceu a área de 102 hectares para o assentamento, há sete anos. “No entanto, o Incra não deu andamento correto na documentação de transferência das glebas e os proprietários do terreno ganharam na Justiça a reintegração de posse”, afirmou.
Ainda de acordo com o advogado, a área é 100% produtiva e as famílias cultivam desde hortaliças, raízes, tubérculos, além da criação de gado, aves e suínos.
“Queremos marcar uma reunião com representantes do governo e vamos pedir uma desapropriação do terreno por interesse social”, disse Ferreira. A saída voluntária das famílias do assentamento deve ocorrer até o dia 30 de janeiro, segundo determinação judicial.
A ocupação ocorreu quando o primeiro funcionário do Instituto Lula, um segurança, chegou para trabalhar. A diretoria do instituto se reuniu com representantes dos assentados, entretanto não se pronunciou sobre a invasão até as 10h desta quarta-feira.