Em uma de suas crônicas
o Advogado Heleno Póvoa Aires se referiu aos puxa sacos. Estes elementos que existem aos montes próximos dos
políticos. Gravitam ao redor do poder como moscas avidas por um resto de atenção.
Seria até normal que
estes existissem, ate porque, poder gera oportunidades e o ser humano sabe que
proximidade trás oportunidade. É o dito popular que diz quem não é visto não é
lembrado.
O mal disso tudo é
quando o “ídolo” se deixa influenciar por estes. Conheci e conheço muitas autoridades
que se deixaram contaminar pelos elogios falsos e acabam se achando infalíveis.
O Puxa saco perde o discernimento do certo ou errado tudo que o seu chefe fizer,
é digno de elogios, inclusive erros. O bajulador sempre as voltas com o patrão
servindo cafezinho, rindo de comentários ridículos, apoiando suas criticas e
ideias (por mais ridículas que sejam).
Parte do texto do Dr.Aires.” Uma das figuras mais peculiares do cenário
nacional é o bajulador. Não se concebe,
por exemplo, o político sem um autêntico bajulador. É ele quem o apoia nas
horas difíceis. É quem, na escassez de aplausos, não se constrange em bater
palmas entusiasmado, acompanhadas sempre de um sonoro “É verdade! Apoiado!”.
É também um sujeito temido, pois ante
qualquer comentário maldoso que se faça em relação ao seu amo, a notícia
imediatamente chegará aos seus ouvidos. Ninguém suporta um puxa-saco autêntico.
Ele é capaz de arriscar a vida para proteger o seu patrão.
Geralmente, são pessoas que carecem de amor próprio, que se contentam com a
inferioridade e até encaram como uma fatalidade do destino; o seu parco salário
é complementado com alguns afagos e palavras de elogio, o que os deixam
sinceramente recompensados.
Talvez o mais notório puxa-saco que o Brasil
já conheceu tenha sido Gregório, um negro de quase dois metros de altura e que
andava colado a Getúlio Vargas. Não se intimidava nem mesmo quando, em público,
penteava os cabelos do Presidente. Os inimigos de Getúlio eram seus inimigos e
os amigos, seus amigos. É o símbolo do puxa-saquismo nacional, idolatrado pelos
puxa-sacos menos ilustres e reverenciado pelos principiantes dessa arte.
Trata-se mesmo de uma arte. Não é fácil ser
puxa-saco. É preciso uma baixíssima auto-estima, frieza para encarar os
prováveis constrangimentos e constante estado de alerta, sempre pronto a
perceber as mais ínfimas necessidades do amo.
A política é a área onde mais prolifera o
puxa-saco. Todo senador, deputado,prefeito e até mesmo vereador, tem o seu. São
indispensáveis no dia-a-dia da política. É ele quem elogia, quando faltam
elogios, é quem afaga, na falta de afagos, é quem respalda, quando são escassos
os respaldos e – muito importante – é o saco de pancada e
quem leva os maiores carões, mesmo quando os erros são dos outros. Serve como
ótima fonte descarregadora de tensões e ansiedades dos seus patrões. É a
válvula de escape, o aliviador de stress.”
O que não pode é a autoridade
se deixar influenciar pelos bajuladores e deixar de agir com a razão. Por isso
tem um ditado que diz uma grande verdade. Prefira ser magoado com a verdade, do
que ficar feliz por algum tempo com a
mentira.
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