segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleição presidencial terá segundo turno

Apontada como favorita a uma vitória logo na primeira etapa de votação, a petista Dilma Rousseff terá de enfrentar o segundo turno contra o candidato do PSDB, José Serra. O bom desempenho da candidata do PV, Marina Silva, ajudou a levar a decisão sobre o sucessor de Lula para o dia 31 de outubro.

Às 21h22 (horário de Brasília) deste domingo, quando o Tribunal Superior Eleitoral contava 94,4% das urnas apuradas, Serra tinha 32,9% dos votos válidos, enquanto Dilma registrava 46,3%. A senadora Marina Silva (PV), que ao longo da campanha era tida como um dos fatores capazes de levar a disputa ao segundo turno, tinha 19,7% dos votos válidos. Outros candidatos tinham 1,1% e brancos e nulos contabilizavam 8,6%, tornando irreversível o segundo turno.

Primeira a se pronunciar após o resultado, Marina agradeceu aos brasileiros: "Essa jornada é uma jornada que nos deixa feliz e nos faz sentir profundamente vitoriosos. Nós nos dispusemos a desfazer uma ideia de plebiscito. Nos preparamos para debater o Brasil".

Nos dias que antecederam a eleição, nem mesmo o PSDB mostrava-se convencido de que seria capaz de prolongar a disputa. Os tucanos, muitos deles desacreditados da ida de Serra ao segundo turno, discutem o que fazer a partir de agora. Provável líder da oposição no Congresso a partir do ano que vem, o ex-governador de Minas Aécio Neves chegou a defender durante a campanha que fosse feito um “freio para arrumação” e um reajuste na estratégia de comunicação, que sofreu com tropeços ao longo da corrida eleitoral. Na mesma época, o também tucano Geraldo Alckmin avaliava que era hora de dar uma “acelerada”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também não poupou críticas à condução da campanha de Serra.

Na equipe petista, por outro lado, o entendimento de que a eleição poderia ser prorrogada já vinha tomando forma há algum tempo. Nos bastidores, aliados de Dilma jogavam na conta da possível prorrogação da eleição o “salto alto” que predominou principalmente na primeira etapa da disputa. O primeiro elemento a minar o otimismo do time de Dilma foram as denúncias sobre o suposto esquema de lobby comandado a partir da Casa Civil. O caso resultou na demissão da ministra Erenice Guerra, que foi braço direito da candidata petista nos tempos em que comandou a pasta.

Na reta final, petistas mostravam-se preocupados também com os boatos de que Dilma seria favorável ao aborto. Os rumores começaram a circular na internet nos dias que antecederam o pleito. Na tentativa de contê-los, PT e o presidente Lula entraram em campo para conter o impacto nas urnas. A avaliação da campanha, entretanto, era a de que a resposta ao episódio tinha sido suficientemente rápida para evitar um abalo na votação.
Petistas também já manifestavam internamente a preocupação com o crescimento de Marina Silva, que na reta final começou a atrair parte dos votos de eleitores indecisos. A partir de agora, a ordem é ter o presidente Lula comandando mais uma vez uma campanha maciça pró-Dilma no rádio e na televisão, em comícios e caminhadas, para conter um avanço de Serra na segunda etapa de votação

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