quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mato Grosso deve economizar 5,5% de energia durante horário de verão

À meia-noite do próximo sábado (17), os moradores das regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil deverão adiantar os relógios em uma hora, devido ao início da 40ª edição do horário de verão. Na prática, esta iniciativa tem o objetivo de reduzir a demanda de energia no período em que o consumo é mais intenso, das 18 às 21 horas, o que provoca um pico de demanda denominado “horário de ponta”. Em Mato Grosso, a redução desta demanda deve chegar a 5,5%.


A demanda de ponta é a quantidade de energia elétrica que precisa estar disponível para as unidades consumidoras no horário de maior consumo. O ajuste nos ponteiros dos relógios atrasa o acionamento da iluminação pública, que deixa de coincidir com o horário de ponta, e modifica também os hábitos da população, ao permitir melhor aproveitamento da luz natural. A principal conseqüência disso é a diminuição do carregamento nas linhas de transmissão, subestações e sistemas de distribuição de energia, aliviando também a geração.
De acordo com o engenheiro eletricista e gerente de Operação do Sistema da Cemat, Teomar Estevão Magri, a redução do consumo e da demanda de energia durante o horário de verão já é esperada por causa das temperaturas mais amenas e por se tratar do período em que as chuvas são mais intensas. A diminuição da demanda de ponta ainda permite poupar a água dos reservatórios das hidrelétricas, que deverão estar bem abastecidas ao fim do horário de verão, quando se aproxima o período de seca.

Ao destacar os benefícios do horário de verão, Magri ressaltou que o decréscimo da demanda no período de ponta otimiza o Sistema Integrado Nacional (SIN). “Em função dessa otimização, há melhor aproveitamento dos recursos eletroenergéticos”, afirmou o engenheiro.

O horário de verão também interfere no orçamento dos consumidores, por provocar redução dos custos com geração térmica para atendimento das cargas referentes à demanda de ponta. O óleo diesel, carvão mineral e demais combustíveis que não foram utilizados nas termoelétricas evitarão possíveis ajustes tarifários. Quando se trata da redução do consumo de energia, a expectativa é que ela atinja 1% em Mato Grosso. O horário de verão termina no dia 20 de fevereiro de 2011.

Os municípios mato-grossenses são abastecidos por energia proveniente de dois sistemas diferentes: o Sistema Interligado Nacional (SIN) e o Sistema Isolado (atendido por usinas termoelétricas a diesel). Durante o horário de verão 2010/2011, as cidades que fazem parte do SIN devem registrar uma economia de 24.249,91 MWh, equivalente à energia gasta para atender Chapada dos Guimarães durante 1 ano.

A economia projetada para o SIN é maior que a verificada no ano passado, que chegou a 17.075,07 MWh, com redução de 0,77% no consumo e 4,55% na demanda de ponta.

Já no Sistema Isolado, formado por apenas seis municípios, a economia deve chegar a 53,95 MWh, valor suficiente para atender uma cidade como Rondolândia por 11 dias. Além disso, 16.183 litros de óleo diesel deixarão de ser queimados em usinas termoelétricas.
No ano passado, a economia de energia no Sistema Isolado foi maior – 59,53 MWh e 18 mil litros de óleo diesel. Nesta edição do horário de verão os valores serão menores por conta da desativação das usinas térmicas de Cotriguaçu e Juruena, que serão integradas ao SIN em dezembro deste ano. Juntas, estas duas unidades respondem por 63% do Sistema Isolado de Mato Grosso.

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