TvAripuanã/ DIARIO DE CUIABA
O bom desempenho do agronegócio mato-grossense manteve o nível de empregos em alta no setor e contribuiu para o segundo maior crescimento semestral sobre o saldo de novas vagas formais (com carteira assinada) no Estado: 85,66%, contra o realizado em igual período de 2009.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados ontem, o primeiro semestre de 2010 terminou com um saldo de 24.686 empregos celetistas no Estado, contra 13.296 registrados no ano anterior. O saldo de pouco mais de 24,6 mil vagas é resultado do total de admissões e desligamentos ocorridos no período.
Esse desempenho é o segundo melhor da região Centro-Oeste, sendo superado apenas pelo estado de Goiás. Nos últimos 12 meses, verificou-se um aumento de 3,36% no nível de emprego, representando 16.802 novos postos de trabalho.
No mês passado, o setor da atividade econômica que mais contribuiu para este resultado foi o da agropecuária (2.734 postos formais), incremento de 3,12% na comparação com maio. Em seguida aparecem os setores da construção civil, com 717 vagas (0,99%), indústria da transformação (717), serviços (715) comércio (699), construção civil (338), serviços industriais de atividade pública (62) e, extrativa mineral, 32. O único setor que apresentou retração no saldo de empregos no mês de junho foi administração pública, com -10 vagas.
ANÁLISE - De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), este ano Mato Grosso plantou uma área acima de 6 milhões de hectare e a produção também foi recorde (18,78 milhões de toneladas).
“Esse crescimento implicou na contratação de mais operadores de máquinas agrícolas, assim como na admissão de ajudantes temporários para trabalhar na atividade”, analisa o superintendente do Imea, Otávio Celidônio
Ele diz que ainda é cedo para fazer previsões sobre empregabilidade no setor agropecuário, admitindo que poderá haver uma redução no saldo de empregos, em relação ao período-safra 2009-2010, devido às incertezas que tomam conta do setor por conta do alto nível de endividamento, dificuldades na obtenção de crédito, custos elevados de produção e baixos preços das commodities.
Já o setor da construção civil, que registrou saldo de 338 vagas no mês de junho, deverá continuar aquecido até o final do ano em função das inúmeras obras que estão em execução no Estado. Na avaliação dos empresários, a Copa vai influenciar diretamente no setor a partir do próximo ano. “Teremos inúmeros investimentos e a taxa de emprego será incrementada com as novas obras que serão lançadas”, acredita o empresário Luiz Carlos Fernandes, ex-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon).
MUNICÍPIOS – Entre os cinco municípios com mais de 30 mil habitantes que alcançaram o melhor saldo de empregos formais em Mato Grosso, Cuiabá aparece em terceiro, com 202 vagas (6.689 admissões e 6.891 desligamentos). O primeiro do ranking é Primavera do Leste, com saldo de 439 empregos (1.190 admissões e 751 desligamentos), seguido de Sinop, em segundo lugar, com saldo 294 vagas; Várzea Grande em quarto, com saldo de 165 vagas e Aripuanã, 132.
Os três municípios que registraram queda no saldo de desemprego em Mato Grosso foram Sorriso (saldo de -95 postos), Barra do Garças (-82) e, Cáceres, -69.
INDÚSTRIA – O presidente da Federação das Indústrias no Estado (Fiemt), Jandir Milan, observa que neste ritmo de superação revelado pelo Estado mês a mês, o saldo de novas vagas deve atingir 50 mil no final de 2010, um recorde para Mato Grosso. “O segmento industrial agrega valor à produção estadual e gera emprego e renda. A vinda de novas empresas é fomentada também pelas perspectivas de superação de gargalos logísticos como a BR-163 que hoje tem data (final de 2011) para estar concluída”. Com o ele destaca, o segmento ampliou em 500% as contratações, passando de 1.436 vagas no primeiro semestre de 2009, para 8.650 em igual período de 2010.
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